A Palavra: junho 2023
Renda Extra?

segunda-feira, 26 de junho de 2023

Conforto que produz adesões, ou confronto que produz arrependimento?

Alegria momentânea versus tristeza que produz arrependimento: um olhar crítico sobre cultos modernos

Show gospel
Imagem: Freepik
Pr. Cleber Montes Moreira

“Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte.” (2 Coríntios 7:10)

Alguns slogans adotados por igrejas atualmente são curiosos, outros realmente infelizes. Em uma página de uma igreja evangélica no Facebook, li: “Lugar de se sentir bem”. Certamente desejamos que aqueles que nos visitam se sintam bem, porém a mensagem que compartilhamos, se fiel às Escrituras, nem sempre produzirá tal experiência, pois muitas vezes precisará confrontar o pecador de tal modo que ele não se sentirá nada confortável.

É verdade que os cultos atuais visam agradar mais aos homens do que a Deus. Muitos são preparados intencionalmente para deixar os pecadores contentes, para que voltem mais vezes. Recepção agradável,  músicas cativantes, sermões açucarados, ambiente aprazível, entre outros aspectos, tudo bem planejado. Falar sobre pecado, arrependimento e abnegação não é permitido. A linguagem deve ser politicamente correta para não desagradar. Certamente ninguém escreveria em um letreiro: “Lugar de contrição” ou “Venha ser confrontado”. Porém, a mensagem inicial de João Batista e do Senhor Jesus falava sobre arrependimento, sem o qual ninguém pode experimentar o novo nascimento (Mateus 3:2; 4:17).

Quando Paulo escreveu aos Coríntios, ele pode tê-los entristecido. Ele pode ter sido muito duro. Porém, antes de tudo, ele foi verdadeiro e a disciplina visava ao bem. A tristeza dos leitores era necessária para que eles mudassem de atitude. O apóstolo tinha consciência de que a tristeza do mundo leva à morte, mas a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação. Portanto, é melhor dizer a verdade, permitindo um entristecimento que leve ao arrependimento, do que usar palavras agradáveis que não produzam nada além de uma alegria momentânea.

É correto receber bem as pessoas e criar uma atmosfera favorável. Mas é um terrível erro não dar-lhes o alimento espiritual adequado.

Creio que deveríamos repensar alguns slogans. Também deveríamos repensar nossos modelos de culto. Afinal, queremos apenas conquistar adesões ou levar pecadores à salvação em Cristo? Pense nisso!


sexta-feira, 23 de junho de 2023

Festas juninas e a identidade cristã

Celebrações juninas: Tradição versus convicção

Arraiá missionário
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Pr. Cleber Montes Moreira

“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam.”
(1 Coríntios 10:23)

Certa ocasião, enquanto conversava com um engenheiro responsável por um projeto na igreja, ele relatou sua experiência em um sítio de uma igreja evangélica. Tratava-se de uma área ampla, com uma estrutura muito boa, onde a igreja se reunia para cultos, esportes e outras atividades. Houve uma festa realizada lá, na qual os fiéis, vestidos com roupas xadrez, chapéus de palha e rostos pintados, participaram de várias brincadeiras e dançaram quadrilha. O engenheiro esteve presente e comentou: “Nunca vi uma festa junina tão boa!”.

Apesar de o homem ter gostado da festa, o que destaco aqui é que ele a comparou com outras festas juninas, que são festas religiosas, colocando os evangélicos no mesmo patamar dos católicos. Não é surpreendente que ele tenha rebaixado tanto os crentes (mesmo sem saber), pois, infelizmente, há evangélicos que tratam os católicos como irmãos em Cristo, corroborando a ideia de que “são todos iguais”.

As chamadas festas juninas, que também ocorrem em julho e agosto, incluem várias tradições culturais, como vestimentas típicas, danças, comidas características, fogueiras e diversas brincadeiras. Essas festas surgiram para celebrar os santos, especialmente São João. A pergunta que muitos insistem em fazer é: os crentes podem participar das festas juninas?

A festa junina não glorifica a Deus, pois seu objetivo principal é celebrar os santos católicos.

A festa junina não faz bem aos salvos, pois rebaixa sua imagem àqueles cujo culto é idolátrico.

A festa junina é um péssimo testemunho, pois escandaliza.

Os salvos são um povo alegre e devem celebrar, mas não há razão para comemorar festas juninas, já que podem realizar festas diferentes que não os associem a outras práticas religiosas.

O pastor e escritor Renato Vargens escreveu um artigo muito interessante, intitulado “4 razões porque festas juninas evangélicas são sincréticas e afrontam a Deus” 1, que resumo a seguir:

(1) O background histórico das festas juninas são idólatras, no qual o objetivo final é venerar os chamados “santos católicos”.

(2) Ao criarmos uma festa junina evangélica, sem que percebamos, estamos contribuindo com a sincretização do evangelho.

(3) A participação, bem como organização de festas juninas por parte dos cristãos aponta efetivamente para a “mundanização” da Igreja.

(4) Festa Junina não é evangelismo. Festa junina é paganismo. No afã de evangelizar, parte dos evangélicos têm se aproximado de conceitos anticristãos, negociando assim, valores que jamais deveriam ser negociados.

Termino dizendo que o cristianismo não é uma religião de proibições, mas de convicções. Embora não sejamos proibidos de nada, nossa mente deve ser guiada pelo Espírito Santo, que nos conduz segundo as Santas Escrituras. Por isso, temos a convicção de que “todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam” (1 Coríntios 10:23). Pense nisso!

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quinta-feira, 22 de junho de 2023

Pecado é pecado

O significado bíblico do pecado em contraste com a busca pelo “conforto conveniente”

Maçã podre
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Pr. Cleber Montes Moreira

“Estais ensoberbecidos, e nem ao menos vos entristecestes…”
(1 Coríntios 5:2)

É atribuída a um missionário na Índia a seguinte frase: “A tolerância tornou-se tão tolerante que o mal está incluído nessa tolerância. Corremos o risco de nos tornarmos ‘prostitutos morais’ para nosso conforto conveniente.”

A igreja em Corinto passou a tratar o pecado com naturalidade. Não havia lamento, não havia disciplina, não havia vergonha do erro, não havia arrependimento. Ensoberbecidos por uma falsa espiritualidade, a realidade daqueles irmãos é tratada como “uma familiaridade direta com o pecado em sua forma mais crua” (Beacon). Na Bíblia de Estudos de Genebra lemos que “é possível que os coríntios tivessem desenvolvido uma teologia que podia acomodar tal imoralidade” (o pecado mencionado por Paulo). A frase “pecado é não amar”, doutrina da Teologia Inclusiva, nos dá a dimensão do tempo em que vivemos.

Ainda que tentem ressignificar o termo para aplacar consciências, pensando biblicamente…

Pecado é pecado, mesmo que seja praticado quando “ninguém está vendo”.

Pecado é pecado, mesmo quando aqueles que veem fingem não ver.

Pecado é pecado, mesmo quando duas pessoas concordam em praticá-lo.

Pecado é pecado porque a Bíblia diz que o é, mesmo que seja uma prática considerada normal pela sociedade.

Pecado é pecado, mesmo que aquele que o pratica possa dormir sossegado.

Pecado é pecado, mesmo que não haja leis humanas que o proíbam.

Pecado é pecado, mesmo quando consiste em uma prática hedionda descriminalizada pelos homens.

Pecado é pecado, mesmo diante de uma “releitura” bíblica para validar sua prática.

Pecado é pecado, mesmo quando tolerado por certas “igrejas”.

Pecado é pecado, mesmo quando cometido “apenas” no coração.

Pecado é pecado, mesmo que feito com ou por “amor”.

Pecado é pecado, sempre foi e sempre o será.

Pecado é pecado, não importa o quanto prazer alguém tenha em praticá-lo.

O pecado continua sendo o muro que separa Deus dos não arrependidos (Isaías 59:2).

“Porque o salário do pecado é a morte…” (Romanos 6:23).

terça-feira, 20 de junho de 2023

O segredo da verdadeira alegria

Além das circunstâncias: desvendando o segredo da alegria inabalável

Paulo escrevendo
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Pr. Cleber Montes Moreira

“Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos.
(Filipenses 4:4)

Seja honesto e responda: se você tivesse que enumerar por ordem de importância as coisas que lhe trazem alegria na vida, quais seriam elas, e qual estaria em primeiro lugar em sua lista? Sua família? O trabalho? Os estudos? Alguma forma de entretenimento? Alguma pessoa em especial?

É importante reconhecer que a alegria que depende de coisas ou pessoas é circunstancial e tem um prazo de validade.

Muitas pessoas são infelizes porque não compreendem que há uma razão para viver, que fomos criados com um propósito, e, por isso, a alegria delas é vulnerável.

Foi estando em uma prisão que Paulo escreveu: “Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos.” (Filipenses 4:4). Com essas palavras, ele nos revelou um segredo.

Pode parecer estranho que um homem em uma prisão tenha sido capaz de encorajar uma igreja a se alegrar. No entanto, ele nos ensinou um princípio para a vida: as circunstâncias externas não devem determinar nossa disposição interna. Além disso, ele reconhece que a verdadeira alegria vem de Cristo habitando em nós, e esse é o fator que determina tudo mais em nossa vida.

John Piper escreveu que “Deus é mais glorificado em nós quando estamos mais satisfeitos Nele”. De fato, nossa satisfação em Deus se reflete em todas as áreas da vida, seja nos relacionamentos, no trabalho, na forma como enfrentamos desafios e adversidades.

Aquele cuja vida está em Cristo conhece o propósito para o qual foi criado; ele sabe o sentido da vida, e tal conhecimento é o que determina sua atitude diante das circunstâncias; por isso, em seu viver, ele glorifica a Deus.

domingo, 18 de junho de 2023

Uma carta do inferno

Omissão pecaminosa: consequências eternas da falta de testemunho cristão

fogo
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Pr. Cleber Montes Moreira

“Se eu disser ao ímpio: Ó ímpio, certamente morrerás; e tu não falares, para dissuadir ao ímpio do seu caminho, morrerá esse ímpio na sua iniquidade, porém o seu sangue eu o requererei da tua mão.” (Ezequiel 33:8)

O hino 447 do Cantor Cristão começa da seguinte maneira: “Não te importa se algum dos amigos morrer sem ter conhecimento de Cristo? Deixas que, no Juízo, ele venha a dizer: ‘A mim nunca falaram de Cristo?’”

Conta-se que certo crente, após participar de um culto em que esse hino foi entoado, ao deitar-se para dormir, teve um sonho perturbador no qual recebeu uma carta do inferno, que dizia o seguinte:

Prezado vizinho,

Embora eu esteja atualmente em um lugar muito diferente, senti que era importante escrever-lhe para compartilhar uma experiência recente. Quero falar sobre certas coisas que descobri, mas infelizmente tarde demais.

Desde o meu falecimento, fui levado a um lugar que corresponde às descrições mais sombrias do inferno. Tudo o que é dito sobre esse lugar não chega nem perto da realidade que vivencio. Aqui, a dor e o tormento são constantes, e a escuridão prevalece. Não tenho palavras para expressar a agonia que sinto todos os dias, sabendo que não tenho mais qualquer esperança. Só consigo chorar. Viver sem Cristo foi a maior tragédia da minha existência. A eternidade sem Ele é terrível, e não há palavras para descrevê-la.

Enquanto estou aqui, lembro-me dos momentos em que nos cruzamos ao longo dos anos como vizinhos. Você sempre foi uma pessoa amigável, educada e respeitosa. Eu admirava sua vida bem-sucedida, sua família, a maneira honesta como trabalhava e como se relacionava com as pessoas. No entanto, há algo que me perturba profundamente, algo que preciso compartilhar com você.

Embora tenhamos conversado sobre muitos assuntos, feito coisas juntos, compartilhado risadas e até enfrentado alguns desafios, nunca tive a oportunidade de ouvi-lo falar sobre Jesus. Nunca uma única palavra sobre o amor e a salvação que Ele oferece, e isso só aumenta o meu sofrimento.

Não consigo imaginar a alegria que teria experimentado se alguém tivesse me falado sobre o Salvador e o Seu amor enquanto ainda havia tempo. Mas agora é tarde demais para mim. Meu desejo é que outros não venham para este lugar de tormento.

Assim como Deus designou Ezequiel como um atalaia para advertir o povo sobre o julgamento iminente, Ele também deu a cada cristão a missão de alertar os pecadores sobre o perigo de permanecerem no pecado. Aqueles que não cumprirem essa tarefa terão que prestar contas a Deus, pois Ele disse: “o seu sangue eu o requererei da tua mão”. A desobediência a essa responsabilidade deveria ser algo aterrorizante, porém, infelizmente, observamos uma realidade de omissão e desprezo.

Pense: Quantas pessoas que você conheceu neste mundo morreram sem salvação, para as quais você nunca falou sobre Cristo? E isso não te apavora?

sábado, 17 de junho de 2023

A vida em comunhão: o padrão de Deus para seus filhos

Reconhecendo a bênção da comunhão num mundo de pessoas movidas por interesses pessoais

Comunhão
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Pr. Cleber Montes Moreira

“Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união.”
(Salmos 133:1)

Observa-se uma crescente tendência ao individualismo e egoísmo nas pessoas, que passam a viver prioritariamente em função de si mesmas, negligenciando cada vez mais a vida em comunidade. Essa postura, caracterizada pelo isolamento crescente, tem contribuído decisivamente para o adoecimento da sociedade.

Infelizmente, esse comportamento também se reflete na vida da igreja. Quando os fiéis adotam os padrões do mundo, incorporando práticas e valores contrários aos princípios cristãos, isso afeta drasticamente a comunhão entre os membros do corpo de Cristo.

Muitos estão perdendo o vínculo afetivo e doutrinário com a igreja local, deixando de refletir a Cristo, devido à negligência do valor da vida em comunhão e à falta de reconhecimento da bênção que ela proporciona. Essas pessoas estão agindo como “filhos pródigos” dos tempos atuais.

Embora o diabo trabalhe para nos mover por interesses egoístas, e mesmo que haja pessoas difíceis de conviver (e nós mesmos podemos ser assim), a vida em família é o propósito de Deus para Seus filhos. A comunhão é um benefício para cada indivíduo e para o coletivo, e o mais importante, Deus se alegra quando vivemos dessa maneira.

Não devemos agir como os filhos deste mundo. Não devemos nos isolar. Não devemos ser egoístas. Não devemos viver apenas para nós mesmos. Devemos ocupar nosso lugar na família espiritual; ali é o nosso lar. Pense nisso!

sábado, 10 de junho de 2023

Eu me envergonho…

Uma reflexão sobre a necessidade de preservar a integridade do ministério pastoral em tempos difíceis

Pastor
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Pr. Cleber Montes Moreira

“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.” (2 Timóteo 2:15)

Paulo exorta Timóteo a se apresentar diante de Deus como obreiro aprovado, que não tem do que se envergonhar. Assim também deveria ser a vida de todo pastor: andar perante o Altíssimo, sendo aprovado e exercendo o ministério com integridade, sem ter do que se envergonhar diante de Deus nem dos homens. No entanto, há muitos que se tornam causadores de escândalos e pedras de tropeço. O pior é que alguns não sentem vergonha de seus atos, que às vezes são cometidos intencionalmente. Existem pastores, mas também existem lobos em pele de pastor.

Muitos se envergonham quando erram e retomam o caminho certo. Outros não sentem vergonha alguma. E há aqueles que nos causam vergonha…

Eu me envergonho ao ver pregadores cobrando altos cachês para pregar em igrejas e eventos.

Eu me envergonho de pastores que agem como “animadores de auditório” ou humoristas, atraindo a atenção para si e não para Deus.

Eu me envergonho de pastores que, em vez de prover alimento espiritual, oferecem entretenimento às suas ovelhas.

Eu me envergonho de pastores que se esquecem da Bíblia e preferem citar frases e ensinamentos de personagens que não têm nenhum compromisso com a Verdade.

Eu me envergonho de pastores que trocam a teologia bíblica pela sabedoria humana.

Eu me envergonho ao ver pseudopastores brigando nas redes sociais e se atacando mutuamente.

Eu me envergonho de pastores que praticam deliberadamente o proselitismo, pescando em aquários e investindo desonestamente sobre o rebanho que Deus confiou a outros.

Eu me envergonho de líderes e pregadores que, sem pudor, pedem dinheiro para benefício próprio sob o pretexto de sustentar seus ministérios, para depois ostentarem mansões, carros luxuosos e até jatinhos.

Eu me envergonho de ver tantos obreiros banalizando o casamento, divorciando-se de suas esposas sem motivo justo e se envolvendo em outros relacionamentos (ou aventuras amorosas).

Eu me envergonho de pregadores que usam a Bíblia para justificar suas más intenções, citando textos isolados e interpretando-os de forma interesseira.

Eu me envergonho de pastores que não conhecem a Bíblia.

Eu me envergonho de pastores que desprezam a oração e a vida devocional.

Eu me envergonho de pastores que não vivem o que pregam.

Eu me envergonho de pastores que pregam o liberalismo em suas igrejas, permitindo imoralidades e abrindo as portas para o mundo.

Eu me envergonho de obreiros que, em nome do amor, se desviam da Sã Doutrina, como se o verdadeiro amor pudesse subordinar a Verdade.

Eu me envergonho daqueles que pregam um evangelho inclusivo, permitindo que suas ovelhas vivam na prática de certos pecados, tudo em nome de atrair pessoas, sem visar a sua salvação em Cristo.

Eu me envergonho de pastores que colocam certas teologias, movimentos e correntes acima da Bíblia e cultuam personagens, dando a eles uma ênfase exagerada.

Eu me envergonho de pastores que não zelam por seus púlpitos, entregando-os a qualquer um.

Eu me envergonho de pastores que não cuidam da coerência musical em suas igrejas, permitindo que se cantem músicas com letras que contradizem a fé cristã.

Eu me envergonho de pastores que fazem acordos políticos para se beneficiarem, muitas vezes transformando seus púlpitos em palanques e suas igrejas em “currais eleitorais”.

Eu me envergonho de pastores que não se dedicam ao pastoreio, agindo como tecnocratas eclesiásticos, sendo bons administradores, mas negligentes no cumprimento de sua verdadeira missão.

Eu me envergonho de pastores que impõem suas mãos precipitadamente sobre candidatos despreparados e de convicções duvidosas, seja por amizade, para agradar colegas ou por outros motivos, desprezando as exigências bíblicas para o ministério.

Eu me envergonho de pastores que aderem ao politicamente correto e desprezam a Sã Doutrina.

Eu me envergonho de pastores que não exercem disciplina sobre seu rebanho.

Eu me envergonho de pastores que, por covardia, com o intuito de não prejudicar seus ministérios, evitam lidar com certas pessoas ou famílias da igreja que precisam ser tratadas.

Eu me envergonho de pastores que abrem as portas para heresias.

Eu me envergonho de pastores que glorificam a si mesmos, alimentando sua vaidade, em vez de glorificar ao Senhor dos Senhores.

Eu me envergonho…

Itaperuna, 18 de junho de 2017

quarta-feira, 7 de junho de 2023

Pastores batistas para igrejas batistas

Resgatando a identidade: cuidando de si mesmo e da doutrina em tempos de apostasia

Identidade bíblica
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Pr. Cleber Montes Moreira

“Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem.” (1 Timóteo 4:16)

O título deste artigo não é meu; eu o tomei emprestado de uma publicação no site da Convenção Batista do Pará, que menciona algo sobre a “formação de líderes denominacionais”1. Creio que neste tempo de confusão e apostasia, ele reflita, mais do que em qualquer outro momento, uma necessidade imperiosa para nossas igrejas: pastores verdadeiramente batistas para igrejas batistas.

Assim como uma igreja batista, um pastor batista deveria ser reconhecido inequivocamente quanto às suas convicções e práticas, mas infelizmente isso já não é mais tão evidente. Em relação à denominação, tenho percebido o crescimento no número de pastores que deixaram de lado a Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira, rejeitando o documento ao qual um dia se comprometeram a ser fiéis. Pior que isso, abandonaram a Bíblia como sua única regra de fé e prática, seu principal instrumento de trabalho, e que deveriam manejar bem (2 Timóteo 2:15), e passaram a orientar seus ministérios por outras fontes e crenças, levando suas igrejas por esses mesmos caminhos.

Soube de um pastor batista que, durante uma conversa entre colegas, confidenciou sua dúvida sobre a forma correta do batismo: imersão ou aspersão. Ele afirmou não estar plenamente convencido de que o batismo bíblico seja por imersão e citou vários estudiosos que defendem a aspersão como o modo correto. Curiosamente, nesse momento, ele não fez referência a textos bíblicos, demonstrando assim mais confiança nos “especialistas” ou, como diria Silvio Santos, nos “universitários”, do que na Palavra de Deus. Ainda outro pastor batista muito conhecido divulgou um curso bíblico em que, na propaganda, chamou as ordenanças de “sacramentos”. Não é surpresa que alguns estejam se “convertendo” à velha religião idólatra. É o que mostram alguns sites e perfis nas redes sociais dedicados a publicar “testemunhos” de ex-evangélicos que se converteram ao catolicismo, dentre os quais há muitos oriundos de denominações que surgiram a partir do movimento reformista.

Numa postagem no Instagram, um ex-pastor, mas ainda tratado como tal, membro de uma igreja batista e liderando Pequenos Grupos, afirma que a crença na inerrância da Bíblia é idolatria. Em um vídeo anterior, ele já havia dito que não lê a Bíblia, mas sim lê Jesus. No seu entendimento, quem quer ler algo inerrante deve ler Jesus de Nazaré. No entanto, ele não considera que não é possível ler Jesus sem ler a Bíblia, da qual Jesus é o centro. Parece-me que isso tem se tornado um expediente comum daqueles que querem manter o status, sem, no entanto, abrir mão da apostasia da fé. São lobos, mas se vestem de ovelhas para não causar pânico no rebanho. Jesus mesmo nos alertou que esses “falsos profetas” viriam até nós “vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores” (Mateus 7:15).

Assim como os apóstolos apresentaram Jesus a partir da exposição fiel das Escrituras, é por meio da Bíblia que O apresentamos ao mundo (Atos 2:16-36; 8:35; 18:28; Gálatas 3:8,9). O próprio Senhor se revelou como aquele anunciado nas Escrituras (João 7:38; Lucas 24:44-48). Também os escritores neotestamentários apresentaram Jesus a partir da mesma fonte, as Escrituras sagradas, bem como ensinaram com base nelas, reconhecendo sua inspiração e inerrância (Romanos 1:1-6; 10:11; 1 Coríntios 15:4; 2 Timóteo 3:16,17). Portanto, não é possível ler Jesus ou anunciá-Lo colocando nossa Bíblia de lado ou relegando-a a um papel secundário. Um evangelho desprovido da Bíblia será um evangelho sem Jesus! E quanto à sua procedência, sabemos qual é.

Essas afirmações infelizes, como a do “pastor” acima referido, estão relacionadas a outras que têm surgido, nas quais vemos alegações de que a Bíblia está repleta de mitos, que necessita de atualização ou até mesmo de ser reescrita. Geralmente, essas declarações são feitas por líderes liberais, que rejeitam ou reinterpretam certos textos bíblicos, como os escritos de Paulo, alegando que eles refletem uma cultura patriarcal, são misóginos, homofóbicos, entre outras coisas. Eles consideram qualquer (re)leitura que possa validar seus pressupostos, enquanto procuram deslegitimar a verdade e atacar aqueles que se dispõem a orientar biblicamente o rebanho de Deus. Com base em seus ensinamentos, estão edificando uma “igreja” que, obviamente, não é a igreja de Cristo.

A partir de sua desconexão da Palavra de Deus, pastores têm assumido posições e práticas estranhas, dentre as quais menciono algumas: práticas pentecostais, abandono da disciplina, ecumenismo, sermões sem base bíblica, sermões de autoajuda/coaching, normatização de práticas pecaminosas, ensino do universalismo etc. Cito abaixo alguns exemplos:

(1) Pastores batistas falando em “línguas estranhas”, pregando uma “segunda bênção”, indo “orar no monte” e adotando outras práticas não comuns entre os batistas;

(2) Uma pastora batista da CBB, em uma live para uma igreja inclusiva, em sua saudação utilizou a linguagem neutra: “Todos, todas e todes”;

(3) Pastores batistas que, durante a pandemia do Coronavírus, praticaram ceia e batismos online;

(4) Igrejas batistas realizando eventos ecumênicos, inclusive com a participação de padres e outras autoridades religiosas no louvor, na pregação e na “bênção apostólica”;

(5) Pastores batistas alinhados às ideologias políticas que defendem o aborto, a ideologia de gênero, o controle da mídia etc.;

(6) Um pastor batista afirmou, durante uma pregação, que a igreja precisa discutir a inclusão de pessoas LGBTQIA+ em sua membresia;

(7) Um diretor de um seminário batista (que pediu demissão recentemente) publicou uma série de vídeos para a família nos quais ele considera a prática homoafetiva como normal. Ele justificou sua posição através de uma “releitura” de vários textos da Bíblia;

(8) Pastores dando um novo sentido aos “Princípios Batistas”, especialmente no que diz respeito à liberdade, trabalhando com sutileza para solapar a sã doutrina;

(9) Pastores levando suas igrejas à perda da visão missionária e ao estabelecimento da concorrência entre igrejas coirmãs, como quando uma igreja abre uma congregação ou filial (rede de igrejas) próxima a outras igrejas já estabelecidas;

(10) Algumas igrejas ainda filiadas à CBB, por razões de marketing ou por terem perdido sua identidade doutrinária, estão removendo o nome “batista” de suas fachadas, razão social e documentos em geral.

O enfraquecimento eclesiológico e os desvios doutrinários têm afetado gravemente a identidade denominacional. Ao lermos uma placa que diz “Igreja Batista”, já não temos certeza do tipo de culto que é praticado ali. Não sabemos se essa igreja ainda é verdadeiramente batista ou se já foi contaminada. Restaurar essa identidade é um desafio árduo e, infelizmente, nem sempre há disposição para realizá-lo.

É necessário que as igrejas (e toda a denominação) estejam empenhadas em resgatar a identidade batista por meio de uma eclesiologia e prática doutrinária bíblica. Tenho observado, com tristeza, a facilidade com que certos pastores desviam igrejas que antes eram fiéis à Palavra de Deus.

Diante do quadro exposto (de forma resumida), deveríamos adotar o seguinte lema: “Pastores batistas para igrejas batistas”. Ainda existem muitas igrejas sérias que, durante um momento de transição pastoral, devem estar atentas e buscar um pastor verdadeiramente batista. Isso requer, além de orações e a observância dos critérios bíblicos, uma avaliação minuciosa do candidato. Por outro lado, existem muitos pastores batistas fiéis que não encontrarão espaço em uma igreja cujo perfil já não condiz com o seu. Além disso, a formação de novos pastores comprometidos com a sã doutrina é uma necessidade urgente, tanto para atender às igrejas quanto para resgatar a identidade denominacional. Por isso, precisamos cada vez mais de seminários cujo foco esteja na capacitação de vocacionados e na formação de obreiros, e não de “profissionais da fé”.

Ao escrever sobre a apostasia dos últimos tempos, Paulo recomenda a Timóteo o cuidado e a perseverança na doutrina. Ele deveria se agarrar a ela firmemente, se aplicar ao seu estudo e pregação. Essa é a mais nobre tarefa do pregador: impregnar-se da Palavra de Deus — inspirada, inerrante e suficiente —, defendê-la e proclamá-la como a verdade. É da ausência dessa convicção e desse trabalho que tem resultado a apostasia da fé. Todavia, é a convicção e a prática recomendadas por Paulo o instrumento para a direção firme do povo de Deus e para a salvação dos pecadores.

Como batistas, somos considerados “o povo da Bíblia”. Para continuarmos merecendo esse título, não devemos nos afastar jamais das Escrituras. É preciso que cada pastor batista cuide de si mesmo e da doutrina, e que assim também o façam os irmãos. Que este santo zelo nos leve a considerar o que significa “pastores batistas para igrejas batistas”, a fim de que nenhuma igreja seja perturbada, ou mesmo afastada da Bíblia, por um líder infiel.

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1 https://www.cobapa.org.br/portal/a-consolidacao-e-o-avanco-da-coordenadoria-da-cobapa-no-baixo-amazonas/ (acessado em 07 de junho de 2023)

terça-feira, 6 de junho de 2023

Além das formalidades: o amor como exigência para um culto aceitável

O impacto dos relacionamentos na nossa comunhão com Deus

Mãos sobre a Bíblia
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Pr. Cleber Montes Moreira

“Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua oferta.”
(Mateus 5:23,24)

Como nos diz Albert Barnes, “Os fariseus estavam concentrados apenas no ato externo de adoração. Eles não olhavam absolutamente para o estado interno da mente. Se um homem se conformasse com os ritos externos da religião, por mais inveja, malícia e ódio secreto que ele pudesse ter, eles pensavam que ele estava indo bem”.

É fácil cair na ilusão de que a vida com Deus se resume a meras formalidades. Muitas pessoas hoje em dia seguem essa mentalidade, acreditando que, desde que cumpram suas obrigações religiosas, não importando como vivem e como se relacionam com o próximo, como dizia um saudoso amigo, estão “fazendo pro gasto”.

É hipocrisia demonstrar publicamente amor a Deus e não amar o próximo. Como nos escreveu João, “Se alguém diz: Eu amo a Deus e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?” Como é comum dizer no meio futebolístico, “a regra é clara”, “quem ama a Deus, ame também a seu irmão”, e isso é um mandamento (1 João 4:20,21).

Seja na sociedade, na família ou na igreja, o modo como nos relacionamos com as pessoas afeta nossa relação com Deus.

Certamente, o culto oferecido por aquele que não vive em comunhão com o próximo está prejudicado pela falta do amor verdadeiro. Por isso, a recomendação: “vai reconciliar-te primeiro com teu irmão” (Mateus 5:24).

Faz bem aquele que traz a sua oferta. Deus quer que dizimemos e ofertemos para o sustento e o avanço da Obra. Entretanto, Ele quer mais do que isso: Ele quer as nossas vidas integralmente oferecidas como “sacrifício vivo”, como um “culto racional” (Romanos 12:1). Ele não se contenta com menos do que tudo. Ele olha para o nosso coração, porque onde o colocamos, ali está o que é importante para nós (Mateus 6:21). Portanto, se negligenciarmos o amor, o nosso culto será mera formalidade. Pense nisso!

domingo, 4 de junho de 2023

Como lidar com a injustiça e a corrupção sem perder a fé

Equilíbrio e paz em meio ao mundo conturbado: não deixando que a indignação se transforme em pecado

Bíblia
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Pr. Cleber Montes Moreira

“Descansa no Senhor, e espera nele; não te indignes por causa daquele que prospera em seu caminho, por causa do homem que executa astutos intentos.”
(Salmos 37:7)

Muitas vezes nos perguntamos por que o ímpio prospera e nos indignamos. Vemos políticos corruptos levando uma vida boa, pessoas que subornam e se deixam subornar, que prejudicam os outros, oprimem os pobres, enfim, gente injusta e má. Eles conseguem crescer e ocupam posições de destaque na sociedade, mas os justos enfrentam provações.

Além disso, vivemos em um tempo em que parece que as leis pesam muito sobre as pessoas honestas e trabalhadoras, mas favorecem os corruptos e os malfeitores.

Outros invejam a prosperidade dos ímpios. Asafe confessou: “Quanto a mim, quase escorregaram meus pés; por pouco não escorreguei, pois tinha inveja dos tolos ao ver a prosperidade dos ímpios” (Salmos 73:2,3). Você, que trabalha tanto, talvez já tenha sentido uma ponta de inveja daqueles que têm uma vida fácil e acumulam bens com desonestidade.

De fato, é razoável sentir indignação. Desejamos a justiça, mas ela está escassa no mundo, e isso nos inquieta. No entanto, não podemos permitir que esse sentimento de revolta se transforme em pecado e sufoque a nossa fé.

O Salmo 37 nos oferece algumas recomendações para lidarmos com essa situação de maneira positiva: (1) Confiar no Senhor e fazer o bem (v.3); (2) Ter prazer no Senhor (v.4); (3) Entregar o caminho ao Senhor (v.5); (4) Descansar no Senhor (v.7); (5) E deixar a ira e abandonar o furor (v.8). Esses passos nos ajudam a viver de maneira equilibrada e em paz em um mundo conturbado e injusto.

Além disso, o salmista faz questão de mostrar que o futuro do justo é bom, enquanto o dos injustos é aterrorizante: “Pois os malfeitores serão desarraigados… Pois ainda um pouco, e o ímpio não existirá… Mas os mansos herdarão a terra e se deleitarão na abundância de paz” (Salmos 37:9-11). Tudo o que diz respeito aos ímpios é mau, e tudo o que diz respeito aos justos é bom.

Por fim, devemos aprender a lição do contentamento. O salmista diz: “Vale mais o pouco que tem o justo do que as riquezas de muitos ímpios” (v.16). De fato, as riquezas conquistadas de forma ilícita trazem sofrimento, mas o justo, como a experiência do apóstolo Paulo nos ensina, encontra contentamento em toda e qualquer situação, pois é Deus quem o satisfaz (Filipenses 4:12,13).

Aquele cujo espírito é reto jamais se conformará com a injustiça, mas não permitirá que esse sentimento se transforme em algo pecaminoso. Ele não se tornará igual ao ímpio, mas será luz e sal no mundo. Ele sabe que “o Senhor ama o juízo e não desampara os seus santos; eles são preservados para sempre, mas a descendência dos ímpios será desarraigada” (v.28). Pense nisso!

sexta-feira, 2 de junho de 2023

Nosso real propósito: glorificar a Cristo, na vida ou na morte

A exaltação de Cristo como propósito: a mensagem de Paulo aos filipenses e seu exemplo de vida

A Bíblia e a Cruz
Imagem: Freepik

Pr. Cleber Montes Moreira

“Segundo a minha intensa expectação e esperança, de que em nada serei confundido; antes, com toda a confiança, Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte.”
(Filipenses 1:20)

Desde a prisão em Roma, Paulo escreveu aos leitores em Filipos, falando-lhes sobre sua “intensa expectativa e esperança”. Ele expressou sua confiança de que em nada seria envergonhado, e a certeza de que Cristo seria engrandecido em seu corpo, seja na vida ou na morte. Conforme mencionado no Dicionário Bíblico Beacon, “o termo grego ‘apokaradokian’ (expectação) indica um desapego total de tudo para fixar-se no objeto de desejo. Literalmente, significa ‘estender a cabeça’ para ver algo distante; no caso de Paulo, era o Dia de Cristo.”

O apóstolo desejava fervorosamente poder anunciar o evangelho com ousadia e sem embaraço, mesmo diante do julgamento. Ele via aquela situação como uma oportunidade para glorificar a Cristo, independentemente do que viesse a acontecer. Com a cabeça erguida e sem medo, ele olhava para aquele cuja obra ele realizava. Embora tenha sido libertado, ele acabou sendo preso novamente dois ou três anos depois. De acordo com uma antiga tradição cristã, ele foi decapitado e sepultado em Roma por volta do ano 67 d.C.

A vida de Paulo tinha um objetivo. Ele estava determinado a cumpri-lo, não importando o preço que teria que pagar. Jesus era a razão de sua existência, e a missão era o propósito central de sua vida. Se permanecesse vivo, era para a glória de Cristo; se morresse, seria introduzido na presença de Cristo. Assim, como salvos, devemos viver segundo a mesma expectativa, conscientes do sentido de nossa existência.

Ele falou do Salvador estando em liberdade, nas prisões alcançou aqueles que não alcançaria estando livre. Na sua morte, foi fiel ao seu Senhor. Por meio de seus escritos, ele permanece vivo e falando entre nós. Esse é o resultado de uma vida alicerçada e dedicada ao Senhor Jesus — sua vida se tornou um monumento para a exaltação de Cristo.

Estamos servindo a Cristo com a mesma dedicação e coragem que o apóstolo Paulo demonstrou? Estamos preparados para glorificar a Cristo, quer na vida quer na morte? Nossos olhos estão fixos em Cristo? Pense nisso!

quinta-feira, 1 de junho de 2023

Preciosas promessas

“Não se turbe o vosso coração”: consolo e fé em tempos incertos

Homem lendo a Bíblia
Imagem: Freepik
Pr. Cleber Montes Moreira

“Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar.” (João 14:1,2)

Jesus estava prestes a enfrentar a cruz e deixar este mundo para retornar ao Pai. Essa realidade enchia os corações dos discípulos de incertezas, pois eles esperavam que Ele remisse a Israel (Lucas 24:21). Além disso, eles sentiam a dor da separação e da morte. Diante desse quadro, seria possível ter esperança?

As adversidades e incertezas trazem preocupações e ansiedade. No entanto, o Senhor tem uma palavra de conforto para nós: “Não se turbe o vosso coração”. A palavra traduzida por “turbe”, em outras versões “perturbe”, significa sacudir, causar uma comoção interna a alguém, tirar sua paz interior, perturbar sua tranquilidade, encher o espírito de medo e temor, tornar-se ansioso ou angustiado… Não é assim que muitas vezes nos sentimos? Jesus sabia exatamente o que se passava naqueles corações e também conhece os nossos.

Em seguida, o Senhor lhes dá a receita para vencer a angústia e a incerteza: “crede também em mim” — a fé genuína nos mantém firmes em meio ao turbilhão. O segredo para aqueles homens era descansar confiantemente em Deus. Este também é o segredo para alcançarmos a calma.

Após exortá-los a confiar, o Senhor lhes faz uma extraordinária promessa: “Na casa de meu Pai há muitas moradas”. Observe que Ele não disse que iria prepará-las, mas que elas já estavam prontas. Na “casa do Pai”, há lugar para todos aqueles que, pela fé, se tornam seus filhos. E lá não haverá mais lágrimas, morte, tristeza, choro, dor ou qualquer tipo de sofrimento. Nós habitaremos com Deus e seremos o seu povo para sempre! (Apocalipse 21:3,4). E Jesus mesmo é o caminho para o Pai, o único caminho (João 14:6).

Tenhamos em mente que um dia todo sofrimento cessará. A morte não é o fim. Jesus está vivo, e nós viveremos. Que as palavras que trouxeram conforto aos discípulos renovem nosso ânimo. Que as preciosas promessas do Salvador nos encham de gratidão, alegria e esperança, mesmo diante das adversidades. E, especialmente, sejamos consolados e revigorados por esta palavra do Senhor: “virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também” (João 14:3).


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