Ilhas de integridade | A Palavra

domingo, 3 de outubro de 2021

Ilhas de integridade

A vida cristã é uma pregação altissonante sobre o amor e a justiça divina, que por se contrapor ao padrão vigente incomoda aqueles que estão obstinados no pecado; é a mensagem que o mundo precisa, mas que muitos rejeitam


Pr. Cleber Montes Moreira

“E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente… Noé, porém, achou graça aos olhos do Senhor… Noé era homem justo e perfeito em suas gerações; Noé andava com Deus.”
(Gênesis 6:5,8,9)


Num artigo sobre política o autor afirmou que os evangélicos “gostam de se colocar numa espécie de ‘ilha’, indicando que não se misturam com ‘as coisas do mundo’”. O articulista teceu críticas aos cristãos por causa de sua posição em relação a certos temas como família, ideologia de gênero, educação sexual para crianças nas escolas, política etc. Segundo ele (sem citar fontes ou nomes), certos pesquisadores descrevem o comportamento dos cristãos conservadores “como um ‘insulamento moral’, já que essas pessoas se consideram uma ilha moral numa sociedade devastada”.

A geração antediluviana estava corrompida, e por isso Deus a destruiu. Entretanto, a declaração de que a “maldade do homem se multiplicara”, e que toda a “imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente” não se aplicava a certo homem e sua família: Noé não “seguia o fluxo”, mas “andava com Deus” — em meio ao caos moral havia uma ‘ilha de integridade’, um farol da justiça, alguém que não se rendeu ao “politicamente correto” de seu tempo, e que jamais negociou seus valores. Vivendo entre desventurados, ele foi um bem-aventurado, porque não andou segundo o conselho dos ímpios, nem se deteve no caminho dos pecadores, nem se assentou na roda dos escarnecedores (Salmos 1:1). Segundo o escritor aos Hebreus ele “foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé” (Hebreus 11:7), e Pedro o chamou “pregoeiro da justiça” (2 Pedro 2:5).

Assim como no tempo de Noé, também a nossa sociedade está afastada de Deus, em derrocada. Quem não se amolda a “nova moralidade” é visto como um “corpo estranho” e passa a ser ridicularizado ou combatido — na realidade, os salvos são vistos, pejorativamente, como “ilhas de resistência moral”. A verdade é que, embora no mundo, vivem como cidadãos do reino eterno (Filipenses 2:15).

A vida cristã é uma pregação altissonante sobre o amor e a justiça divina, que por se contrapor ao padrão vigente incomoda aqueles que estão obstinados no pecado; é a mensagem que o mundo precisa, mas que muitos rejeitam; e a acusação que proferem contra nós nada mais é que uma declaração de nossa integridade em Cristo, porque ‘andamos com Deus’. Pense nisso!

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