“Por isso deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo; porque somos membros uns dos outros.” (Efésios 4:25)
O apóstolo Paulo, escrevendo aos efésios, conclama os crentes a viverem “de uma maneira digna da vocação” que receberam (v. 1). Essa vocação é marcada por uma transformação profunda: o abandono do velho homem, corrompido pelas concupiscências do engano (v. 22), e o revestimento do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e verdadeira santidade (v. 24). Viver de forma digna é viver como Cristo, nosso padrão de maturidade (v. 13).
Nesse contexto, Paulo nos ordena a deixar a mentira e a falar a verdade uns com os outros (v. 25). A verdade, no ensino de Paulo, não é apenas um valor ético; ela é reflexo do novo nascimento, da nova identidade em Cristo. O crente é alguém regenerado “pela palavra da verdade” (Tiago 1:18) e chamado a viver conforme essa verdade que está em Jesus (v. 21).
É digno de nota que, em Efésios 4:15, Paulo diz que devemos seguir “a verdade em amor”. No texto, a “verdade” vem antes do “amor”, pois é ela que dá fundamento ao amor verdadeiro. Sem verdade, o amor se torna mero sentimentalismo, frágil e suscetível a enganos. O amor cristão, portanto, é orientado e moldado pela verdade que procede de Cristo, a Verdade encarnada (João 14:6).
A prática da verdade deve permear todas as esferas da vida do crente — igreja, trabalho, amizades, negócios e, especialmente, o lar. A casa é o primeiro campo de prova da integridade cristã. Ali, a mentira destrói relações e mina a confiança. Um cônjuge que mente para o outro está sendo infiel. Um filho que mente aos pais desonra o quinto mandamento (Êxodo 20:12). Pais que mentem aos filhos deixam de instruí-los nos caminhos do Senhor, além de ensinarem com palavras aquilo que negam com atitudes. A verdade é pilar da confiança que, uma vez quebrado, abala — ou mesmo faz ruir — o relacionamento.
A mentira não é um erro inocente; ela é uma negação da nova vida em Cristo. Por outro lado, quem vive na verdade manifesta o caráter de Jesus. Como filhos da verdade, devemos produzir frutos condizentes com ela, pois “pelos seus frutos os conhecereis” (Mateus 7:20).
A verdade, portanto, não é opcional. Ela é marca distintiva dos salvos e deve ser cultivada, principalmente no ambiente doméstico, onde o testemunho cristão começa.
Aplicação:
Examine sua vida e, especialmente, suas atitudes dentro de casa. Você tem vivido a verdade em suas palavras e condutas? Há mentiras, omissões ou meias-verdades em suas relações familiares? Pequenas mentiras podem parecer inofensivas, mas elas minam a confiança. Peça a Deus que o ajude a ser digno de confiança, que lhe dê coragem para viver como filho da verdade, refletindo Cristo em seu lar.
Se a confiança está abalada, comece hoje a trabalhar para que ela seja restaurada, falando a verdade em amor.
Oração:
Querido Pai Celestial, ajuda-me a viver de forma íntegra em todas as áreas da vida, especialmente em meu lar. Que minhas palavras e atitudes reflitam o caráter de Cristo. Livra-me da tentação de mentir e ensina-me a falar sempre a verdade em amor. Em nome de Jesus, amém.
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