A Palavra

sexta-feira, 2 de junho de 2023

Nosso real propósito: glorificar a Cristo, na vida ou na morte

A exaltação de Cristo como propósito: a mensagem de Paulo aos filipenses e seu exemplo de vida

A Bíblia e a Cruz
Imagem: Freepik

Pr. Cleber Montes Moreira

“Segundo a minha intensa expectação e esperança, de que em nada serei confundido; antes, com toda a confiança, Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte.”
(Filipenses 1:20)

Desde a prisão em Roma, Paulo escreveu aos leitores em Filipos, falando-lhes sobre sua “intensa expectativa e esperança”. Ele expressou sua confiança de que em nada seria envergonhado, e a certeza de que Cristo seria engrandecido em seu corpo, seja na vida ou na morte. Conforme mencionado no Dicionário Bíblico Beacon, “o termo grego ‘apokaradokian’ (expectação) indica um desapego total de tudo para fixar-se no objeto de desejo. Literalmente, significa ‘estender a cabeça’ para ver algo distante; no caso de Paulo, era o Dia de Cristo.”

O apóstolo desejava fervorosamente poder anunciar o evangelho com ousadia e sem embaraço, mesmo diante do julgamento. Ele via aquela situação como uma oportunidade para glorificar a Cristo, independentemente do que viesse a acontecer. Com a cabeça erguida e sem medo, ele olhava para aquele cuja obra ele realizava. Embora tenha sido libertado, ele acabou sendo preso novamente dois ou três anos depois. De acordo com uma antiga tradição cristã, ele foi decapitado e sepultado em Roma por volta do ano 67 d.C.

A vida de Paulo tinha um objetivo. Ele estava determinado a cumpri-lo, não importando o preço que teria que pagar. Jesus era a razão de sua existência, e a missão era o propósito central de sua vida. Se permanecesse vivo, era para a glória de Cristo; se morresse, seria introduzido na presença de Cristo. Assim, como salvos, devemos viver segundo a mesma expectativa, conscientes do sentido de nossa existência.

Ele falou do Salvador estando em liberdade, nas prisões alcançou aqueles que não alcançaria estando livre. Na sua morte, foi fiel ao seu Senhor. Por meio de seus escritos, ele permanece vivo e falando entre nós. Esse é o resultado de uma vida alicerçada e dedicada ao Senhor Jesus — sua vida se tornou um monumento para a exaltação de Cristo.

Estamos servindo a Cristo com a mesma dedicação e coragem que o apóstolo Paulo demonstrou? Estamos preparados para glorificar a Cristo, quer na vida quer na morte? Nossos olhos estão fixos em Cristo? Pense nisso!

quinta-feira, 1 de junho de 2023

Preciosas promessas

“Não se turbe o vosso coração”: consolo e fé em tempos incertos

Homem lendo a Bíblia
Imagem: Freepik
Pr. Cleber Montes Moreira

“Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar.” (João 14:1,2)

Jesus estava prestes a enfrentar a cruz e deixar este mundo para retornar ao Pai. Essa realidade enchia os corações dos discípulos de incertezas, pois eles esperavam que Ele remisse a Israel (Lucas 24:21). Além disso, eles sentiam a dor da separação e da morte. Diante desse quadro, seria possível ter esperança?

As adversidades e incertezas trazem preocupações e ansiedade. No entanto, o Senhor tem uma palavra de conforto para nós: “Não se turbe o vosso coração”. A palavra traduzida por “turbe”, em outras versões “perturbe”, significa sacudir, causar uma comoção interna a alguém, tirar sua paz interior, perturbar sua tranquilidade, encher o espírito de medo e temor, tornar-se ansioso ou angustiado… Não é assim que muitas vezes nos sentimos? Jesus sabia exatamente o que se passava naqueles corações e também conhece os nossos.

Em seguida, o Senhor lhes dá a receita para vencer a angústia e a incerteza: “crede também em mim” — a fé genuína nos mantém firmes em meio ao turbilhão. O segredo para aqueles homens era descansar confiantemente em Deus. Este também é o segredo para alcançarmos a calma.

Após exortá-los a confiar, o Senhor lhes faz uma extraordinária promessa: “Na casa de meu Pai há muitas moradas”. Observe que Ele não disse que iria prepará-las, mas que elas já estavam prontas. Na “casa do Pai”, há lugar para todos aqueles que, pela fé, se tornam seus filhos. E lá não haverá mais lágrimas, morte, tristeza, choro, dor ou qualquer tipo de sofrimento. Nós habitaremos com Deus e seremos o seu povo para sempre! (Apocalipse 21:3,4). E Jesus mesmo é o caminho para o Pai, o único caminho (João 14:6).

Tenhamos em mente que um dia todo sofrimento cessará. A morte não é o fim. Jesus está vivo, e nós viveremos. Que as palavras que trouxeram conforto aos discípulos renovem nosso ânimo. Que as preciosas promessas do Salvador nos encham de gratidão, alegria e esperança, mesmo diante das adversidades. E, especialmente, sejamos consolados e revigorados por esta palavra do Senhor: “virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também” (João 14:3).


terça-feira, 30 de maio de 2023

O normal do mundo versus o normal do cristão: desafiando padrões e vivendo para Deus

O cristão normal: estranho para o mundo, fiel a Deus

normal versus anormal
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Pr. Cleber Montes Moreira

“Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia.” (João 15:19)

Nem sempre o que o mundo considera como normal deve ser assim considerado para o cristão. Refiro-me especialmente ao comportamento, prioridades e valores.

Certa ocasião, viajava com um casal de irmãos em Cristo. A irmã comentava sobre suas lutas e dificuldades que enfrentava, até que em certo momento ela desabafou: “Quando você quer viver de modo correto, você enfrenta muitas coisas, mas para um crente normal parece não haver nenhuma oposição ou dificuldade”.

Entendi perfeitamente o que aquela irmã quis dizer. No entanto, ela cometeu um erro ao julgar que o crente que leva a fé em Cristo a sério seria um “cristão anormal”, enquanto aquele que não vive segundo o evangelho, o crente negligente e relapso, seria o “crente normal”. Sem perceber, sua consciência foi envolvida por um modo secular de pensar.

Para você, o que é um crente normal? Eu considero que um cristão normal é justamente aquele que o mundo considera estranho, que muitas vezes é chamado de fanático, arcaico, falso moralista etc., compreendido assim por seu zelo em viver uma vida santa e de serviço a Deus. Um crente omisso, faltoso aos cultos, sem intimidade com Deus, de vida duvidosa e com testemunho falho, embora seja considerado uma pessoa normal perante o mundo, por proceder como um pecador qualquer, certamente vive um “normal” que não é o normal de um salvo fiel. Aquilo que é normal para o mundo não o é para Deus.

Você sabe por que os filhos de Deus enfrentam batalhas e adversidades no mundo? Porque eles são como um corpo estranho em uma sociedade de pessoas perdidas; porque seus valores contrariam o padrão secular. Jesus mesmo nos diz: “Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia” (João 15:19).

Se você se considera um salvo, mas não sofre o ódio do mundo, há algo errado e você precisa reavaliar a sua fé. Afinal, o mundo que odeia a Cristo, odeia a todos que se fazem seus discípulos — e isso é o normal, segundo a Bíblia. Pense nisso!