“E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará.” (Mateus 24:12)
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Imagem gerada por AI |
Em 21 de junho de 2025, a pequena comunidade de Comendador Venâncio, distrito de Itaperuna (RJ), no Noroeste Fluminense, foi abalada por uma tragédia chocante. Um adolescente de 14 anos confessou ter assassinado seus pais — Antônio Carlos Teixeira, de 45 anos, enfermeiro, e Inaila Teixeira, de 37 anos, cabeleireira — além de seu irmão caçula, Antônio, de apenas 3 anos, enquanto dormiam. O motivo do crime teria sido a proibição dos pais para que o jovem viajasse ao Mato Grosso, onde pretendia encontrar uma adolescente de 15 anos, com quem mantinha um relacionamento virtual iniciado em jogos online há seis anos, quando ele tinha apenas 8 anos e ela, 9. Movido por esse desejo, o jovem pesquisou como sacar o FGTS do pai, que continha R$ 33 mil, possivelmente planejando financiar sua fuga.
Na noite do crime, o adolescente esperou a família dormir, consumiu um energético para se manter acordado e disparou contra a cabeça dos pais e o pescoço do irmão. Após os assassinatos, arrastou os corpos para a cisterna da casa, usou produtos químicos para remover vestígios de sangue e tentou queimar as roupas manchadas. Uma mochila com os celulares dos pais foi encontrada, sugerindo que ele planejava fugir. Nos dias seguintes, mentiu para familiares, alegando que os pais haviam levado o irmão ao hospital por engasgo com um caco de vidro. No dia 24 de junho, acompanhado da avó paterna, registrou o suposto desaparecimento na 143ª DP. Contudo, após buscas em hospitais sem registros, a polícia realizou uma perícia na casa no dia 25 de junho, encontrando manchas de sangue, roupas queimadas e um forte odor na cisterna, onde os corpos foram localizados. Confrontado, o adolescente confessou o triplo homicídio e a ocultação de cadáveres, demonstrando frieza e declarando que “faria tudo de novo”.
A namorada virtual, ouvida em Água Boa (MT) no dia 26 de junho, confirmou o contato com o jovem durante o fim de semana do crime e tratou os assassinatos com frieza, como se fossem parte de um “jogo de videogame”. A polícia investiga se ela teve alguma influência no ato. No dia 27 de junho, a Justiça determinou a internação provisória do adolescente por 45 dias no Degase, em São Fidélis (RJ), enquanto o caso segue em segredo de Justiça. A arma do crime foi encontrada na casa da avó, que pode tê-la retirado para proteger o neto ou por outro motivo.
Esse episódio trágico revela uma realidade alarmante, que remete às advertências das Escrituras sobre os últimos dias. Em 2 Timóteo 3:1-5, Paulo descreve tempos difíceis, em que as pessoas seriam “desobedientes aos pais”, “sem afeto natural” e “irreconciliáveis”. A frieza do adolescente e de sua namorada virtual, bem como sua declaração de que “faria tudo de novo”, refletem a deterioração moral prevista pela Bíblia, quando o amor de muitos se esfria por causa da multiplicação da iniquidade (Mateus 24:12).
Lições Espirituais:
1. O Inimigo Dentro de Casa
A Bíblia nos alerta que o pecado pode se manifestar até mesmo nos lares, como vemos desde o relato de Caim e Abel (Gênesis 4:8). Muitos casos de violência, inclusive contra crianças, ocorrem dentro do ambiente familiar. Isso nos lembra da necessidade de vigilância espiritual, da prática da oração, estudo e ensino da Palavra de Deus em nossos lares.
2. A Responsabilidade dos Pais na Educação
A Bíblia é clara ao afirmar que a educação dos filhos é responsabilidade dos pais (Deuteronômio 6:6-7). Contudo, muitos têm delegado essa tarefa à igreja, à escola ou até mesmo às redes sociais. A ausência de laços afetivos fortes, construídos por meio de tempo de qualidade em família, pode deixar os filhos vulneráveis a influências externas perigosas, como vimos nesse caso.
3. Os Perigos das Redes Sociais
O relacionamento virtual iniciado em jogos online expôs esse jovem a influências que culminaram em tragédia. As redes sociais, quando mal utilizadas, podem expor crianças a conteúdos impróprios, manipulação por predadores e ideologias destrutivas. A Bíblia nos exorta a sermos “simples como as pombas, mas prudentes como as serpentes” (Mateus 10:16), especialmente ao lidar com o mundo digital.
4. Os “Filhos do Quarto”
Muitos filhos passam mais tempo com telas do que com seus pais. Vivem isolados, imersos em jogos e redes, desconectados do mundo real e da vida familiar — sem disciplina, sem limites, sem diálogo. Isso forma uma geração com dificuldades emocionais, espirituais e relacionais.
Diante disso, devemos fazer uma pergunta urgente: até quando permaneceremos frios, omissos, negligentes e indiferentes à decadência que avança sobre nossos lares?
Aplicação
Não ignore os sinais. Observe seus filhos, esteja presente, ore com eles, ensine-lhes a Palavra, discipline com amor e viva como exemplo. Supervisione o uso de suas redes sociais: o que postam, os perfis que seguem, com quem conversam etc. Isso é proteção! O ideal é que crianças nem tenham celulares.
Não permita que a tecnologia, a cultura ou o inimigo eduquem em seu lugar. Que o seu lar seja um oásis do céu em um mundo cada vez mais sombrio.
Oração
Querido Deus e Pai, que o Teu favor esteja sobre nossos lares. Ajuda-nos a educar nossos filhos no Teu temor, protegendo-os das influências malignas deste mundo. Que nossos corações sejam aquecidos pelo Teu amor, para que possamos valorizar nossos relacionamentos e viver em paz e unidade. Em nome de Jesus, amém.