A questão não é exatamente se estamos juntos, mas a razão disso, se temos real prazer nisso, e como nos comportamos em relação aos outros em função de nossa verdadeira natureza
Imagem: Thiago Barletta, via Unsplash |
Pr. Cleber Montes Moreira
“E todos os que criam estavam juntos […]. E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar, e de anunciar a Jesus Cristo” (Atos 2:44; 5:42)
Ricardo, crente há mais de 20 anos, é membro do “Ministério do Abraço” de sua igreja. Dedicado, está sempre pronto a realizar seu trabalho com esmero. Durante os cultos, quando escalado, recebe os visitantes com um largo sorriso e palavras de boas-vindas. Ele também lidera um Pequeno Grupo em seu bairro. Estes grupos objetivam, dentre outras coisas, prover aos participantes um ambiente acolhedor, sempre visando ganhar pessoas e multiplicar discípulos. Como parte do relatório de seu Pequeno Grupo, Ricardo posta semanalmente no grupo de WhatsApp da igreja fotos dos participantes estudando a Palavra, sempre alegres e, às vezes, em torno de mesas cheias de guloseimas.
Gustavo é membro da mesma igreja que Ricardo, e reside no mesmo bairro. Ele é professor da Escola Bíblica Dominical, tenor do coral da igreja, e frequenta um Pequeno Grupo noutro bairro. Ricardo e Gustavo não se falam.
Pertencente à mesma igreja, certa feita uma irmã ficou escandalizada ao ouvir de outra: “Não suporto fulana, se pudesse iria embora agora mesmo.”
Não é incomum nas igrejas a presença de Ricardos e Gustavos, pessoas que não “suportam” certas outras; que, apesar de sua aparência piedosa, não têm prazer na convivência com outros irmãos.
A questão não é exatamente se estamos juntos, mas a razão disso, se temos real prazer nisso, e como nos comportamos em relação aos outros em função de nossa verdadeira natureza. Comentando o capítulo 4 de Efésios, William Barclay afirma: “Numa sociedade onde prepondera o eu, os homens não podem ser mais que um conglomerado desintegrado de unidades individualistas e agressivas. Mas quando morre o eu e Cristo nasce em nossos corações, então também se vive a realidade da paz, da unidade e da concórdia: rasgos que constituem os grandes signos distintivos da verdadeira Igreja.”
Creio que esta seja a grande lição sobre a comunhão que aprendemos com os crentes de Atos: a sua realidade parece indicar a mesma qualidade exaltada no salmo 133: “Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união…” Assim devem viver os que creem. Pense nisso!
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