O vínculo entre o membro e a igreja | A Palavra
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terça-feira, 27 de dezembro de 2022

O vínculo entre o membro e a igreja

Se você decidiu ser membro de alguma igreja por entender que a mensagem por ela transmitida é fiel à Palavra de Deus, parabéns, mas se o motivo foi outro, precisa repensar as bases deste vínculo e a sua própria fé

Bíblia
Imagem: Pixabay
Pr. Cleber Montes Moreira

“Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns…”
(Hebreus 10:25)

Tenho refletido bastante sobre o que determina o vínculo entre o membro e a igreja à que pertence, e percebo que a resposta não se baseia mais na convicção bíblica nem na fidelidade doutrinária. Pessoas há que já não escolhem pertencer a uma igreja pela confiança de que sua mensagem seja fiel à Bíblia. A coerência entre a pregação e as Escrituras já não é determinante na hora de se filiar a uma igreja ou denominação. Infelizmente este vínculo se estabelece por outros motivos e/ou interesses como, por exemplo, sensação de bem-estar, falso avivamento, louvor extravagante, entretenimento, púlpito “politicamente correto”, promessa de prosperidade, emocionismo, experiencialismo etc. Além disso há os que se tornam membros de igrejas por causa de vínculos pessoais de parentesco ou de amizade. É comum um rapaz ou moça se casar com alguém de outra fé e trocar de denominação. Há os que mudam de endereço e tornam-se membros de alguma igreja de outra fé tão somente pela localização próxima de suas residências. A razão já não é a Bíblia, mas outros fatores que são colocados acima da fidelidade aos ensinos e valores do evangelho.

Por falta de conteúdo e base bíblica, muitos cultivam o pensamento de que as denominações evangélicas são todas iguais. “O importante é servir a Deus, não importa em que igreja”; “Deus está em todo lugar” — dizem. Tal pensamento nos revela que há crentes que vivem uma crise de identidade, moldados em um ambiente em que impera o chamado “evangelho antropocêntrico”, ditando a conduta e as escolhas de membros itinerantes num universo sem fronteiras éticas e doutrinárias, em que princípios são relativizados.

Em função da decadência espiritual, de princípio e de valores das igrejas secularizadas, as que se orientam pelo ensino bíblico estão sofrendo uma onda de evasão. As congregações que não contemplam os interesses pessoais dos (in)fiéis, que não cativam a ‘clientela’ com eventos e espetáculos, que não adotam a falsa contextualização, nem ressignificam as Escrituras para suavizar a mensagem da cruz tendem a perder membros para as que assim fazem. O próprio Jesus, cuja mensagem não era “politicamente correta”, que denunciava o pecado e a necessidade de arrependimento, ao se declarar como o Pão da vida em vez de ofertar o pão material, ou seja, atender às demandas da plateia, foi abandonado por muitos ouvintes ainda inconversos: “Muitos, pois, dos seus discípulos, ouvindo isto, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir?”, e “Desde então muitos dos seus discípulos tornaram para trás, e já não andavam com ele” (João 6:60,66).

Você já se perguntou sobre a razão pela qual é membro de sua igreja? Ou, em que se baseia seu vínculo com sua igreja? Ou ainda, "por que sou batista"?

É urgente resgatarmos o espírito dos crentes bereanos que se guiavam pela Palavra de Deus "examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim" (Atos 17.11).

Se você decidiu ser membro de alguma igreja por entender que a mensagem por ela transmitida é fiel à Palavra de Deus, parabéns, mas se o motivo foi outro, precisa repensar as bases deste vínculo e a sua própria fé.


Em 13 de agosto de 2010.
Atualizado em 27 de dezembro de 2022

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