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segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Tratando conflitos na igreja: a vida de oração como elemento apaziguador

Mais que orar especificamente por algo, coisa que devemos fazer, ter uma vida de oração é indispensável para que o crente tenha discernimento, experimente o poder de Deus em sua vida, bem como receba as bênçãos advindas deste hábito

homem orando
Imagem: Unsplash
Pr. Cleber Montes Moreira

“Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio. Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra. E este parecer contentou a toda a multidão” (Atos 6:3-5 — grifo do autor)

Luíza de apenas 7 anos era filha de pais cristãos, e a residência da família ficava ao lado do templo onde frequentava. Ela era muito atenta, e via o pastor sempre entrando e saindo do prédio nos dias de semana, bem como o observava durante suas idas aos cultos quando entrava em seu gabinete e fechava a porta. Certo dia perguntou: “Mamãe, por que o pastor vem pra cá todos os dias? O que ele fica fazendo lá dentro?” A mãe respondeu: “Ele fica orando!”. Não satisfeita, tornou a perguntar: “Mas ele não trabalha, só ora?” Em sua pouca idade ainda não compreendia o valor de uma vida de oração. E alguns adultos também parecem (ou se recusam) não compreender.

O relato bíblico nos revela que os apóstolos priorizavam o seu chamado: eles se dedicavam à oração e ao ministério da Palavra. Isso é o que eles já faziam, não o que planejavam fazer. Por isso não queriam assumir nenhuma outra função que lhes sobrecarregassem: eles eram homens de oração e ministros de Deus, e desejavam perseverar nisso, sem embaraços. Embora o texto não nos revele explicitamente que eles oraram especificamente pelo conflito surgido na igreja, podemos subentender isso pelo estilo de vida que levavam. Eles sabiam que a vida de oração deve preceder todas as ações, inclusive na solução de problemas.

Infelizmente, por não compreender a importância do hábito da oração, há muitos que diante de um problema para o qual não há aparente solução, dizem: “Agora o que resta é orar”, ou “O único jeito é orar”. Desse modo, apelam para a prática como um recurso último, para quando os prejuízos já são irreversíveis ou “não há mais esperança”.

Mais que orar especificamente por algo, coisa que devemos fazer, ter uma vida de oração é indispensável para que o crente tenha discernimento, experimente o poder de Deus em sua vida, bem como receba as bênçãos advindas deste hábito.

Pessoas de oração não se guiam por seu próprio entendimento, elas têm direção do alto. Quando agimos e tomamos decisões guiados por nossa própria razão, podemos errar, desencadear conflitos, ou mesmo fortalecer os conflitos já existentes. Porém, as ações e as decisões tomadas por aqueles que cultivam a oração como estilo de vida tendem a cooperar para a paz no seio da igreja. Foi assim que Deus iluminou os apóstolos, e eles trouxeram uma proposta que “contentou a toda a multidão” (v.5), resolveu o conflito e apaziguou os ânimos.

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