“Com ela bendizemos a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. De uma mesma boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim.” (Tiago 3:9,10)
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Imagem gerada por AI |
Tiago está tratando do poder da língua e do perigo do uso inconsequente das palavras. Ele destaca a incoerência de louvarmos a Deus com a mesma boca que usamos para ferir pessoas criadas à imagem d'Ele. Todo o capítulo 3 é uma exortação sobre o domínio da língua e suas consequências.
Embora as lições aqui ensinadas se apliquem a todos os ambientes, é dentro de casa que nosso verdadeiro caráter se revela. Ninguém nos conhece tão bem quanto o cônjuge, os pais ou os filhos. Aquilo que muitas vezes não dizemos em público, somos capazes de falar no ambiente familiar — e, infelizmente, nem sempre com o cuidado ou o amor que deveríamos.
Nossa língua pode ser bênção ou maldição também dentro do lar. O desafio diário é usá-la para o bem: para edificar, encorajar, aconselhar e expressar nossos sentimentos sinceros.
Lembro de uma irmã em Cristo, que conheci ainda solteira durante um projeto evangelístico. Recentemente, ela perdeu o marido de forma repentina, com apenas 41 anos. Agora, com seus dois filhos pequenos, recebe palavras de consolo e orações de irmãos em Cristo. Nas redes sociais, compartilhou prints de conversas com o esposo — sempre recheadas de expressões de cuidado, declarações de amor e palavras de incentivo. Também foi divulgada a imagem capturada por uma câmera de segurança, no dia 29 de abril de 2025: “o último abraço de um pai e marido que partiu de forma repentina.” Imagino as doces lembranças que essa jovem carregará por toda a vida em seu coração, e como aquelas palavras e gestos a sustentarão nos dias difíceis — e como ela contará aos filhos quem foi o pai deles.
O que você costuma dizer ao seu esposo ao chegar do trabalho cansado? E à esposa que, com amor, prepara o almoço, cuida das roupas e da casa? E àquela que enfrenta a dupla jornada? O que os filhos têm dito aos pais como reconhecimento e gratidão? E os pais, que palavras oferecem aos filhos para demonstrar amor, segurança e encorajamento?
O que dizer ao marido que perdeu o emprego? À esposa que errou no preparo da refeição? Ao filho esforçado que tirou uma nota baixa? Ao irmão que não foi aprovado na entrevista de emprego?
Essa reflexão nos convida a um exercício prático que pode transformar nossos lares: fazer da nossa boca um instrumento de bênção. Nosso lar será o lugar mais feliz da terra se o caráter de Cristo for refletido em cada membro da família — se o Senhor for ouvido em nossas palavras e visto em nossas atitudes.
Que, ao partirmos, sejamos lembrados por nossos abraços, palavras e gestos de amor sincero. Que nossa língua seja bênção, e não maldição.
Aplicação:
Examine suas palavras no contexto familiar. Que tipo de impacto você tem causado com o que diz? Esforce-se para que suas palavras reflitam o caráter de Cristo. Peça perdão se tem usado a língua de maneira destrutiva, e decida hoje abençoar com o que fala. Comece em casa — ali onde sua vida mais revela quem você é.
Oração:
Querido Pai Eterno, que as palavras dos meus lábios sejam sempre agradáveis a Ti e bênção para a minha família. Ajuda-me a falar com amor, sabedoria e graça, para edificação, refletindo o caráter de Cristo. Em nome de Jesus eu oro. Amém.
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