Os Cristãos nas Redes Sociais: Conselhos para uma Conduta Cristã Online | A Palavra

sábado, 16 de março de 2024

Os Cristãos nas Redes Sociais: Conselhos para uma Conduta Cristã Online

Presença Cristã no Ciberespaço: A Responsabilidade do Testemunho no Ambiente Virtual

Cristãos e as redes sociais
Imagem gerada por IA
Pr. Cleber Montes Moreira

“Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.” (Mateus 5:16)

Talvez você ainda não tenha percebido, mas as redes sociais podem revelar mais sobre você do que imagina. Sua vida pode estar tão exposta que pessoas que não têm contato real e próximo com você saibam mais a seu respeito do que deveriam.

O ambiente virtual tornou-se uma parte essencial da vida moderna, e a maneira como nos apresentamos nele pode ter um impacto significativo em como somos percebidos pelos outros. Embora muitos possam se esconder nas redes, representando ser quem não são, ou mesmo revelando uma dupla personalidade, de modo geral, nossas postagens podem revelar muito sobre nosso caráter, incluindo nossos valores, crenças, preferências, interesses e personalidade.

Diversos estudos sugerem que as postagens em redes sociais podem oferecer pistas sobre o caráter de alguém. Sendo até mesmo possível conhecê-las melhor pelo que postam do que pessoalmente, uma vez que no ambiente virtual elas se sentem livres para expor seus valores, paixões, anseios, problemas, frustrações e até mesmo sua intimidade sem observar importantes limites de segurança. Ao postarem sobre uma viagem de férias, por exemplo, podem inadvertidamente avisar a arrombadores que não estão em casa, dando, sem perceber, sinal verde para roubos e invasões.

Em uma ocasião, por causa de uma postagem de uma conhecida, disse à minha esposa que o casamento dela não estava indo bem. Não demorou muito, e o divórcio aconteceu. Embora não seja regra, em muitos casos é possível fazer uma leitura real dos sentimentos e realidades de certas pessoas, e até mesmo prever certas decisões e “caminhos” que elas tendem a tomar.

Um rapaz cristão iniciou um namoro com uma jovem da mesma igreja. Ela parecia ser uma boa moça, íntegra, e o tipo de pessoa pela qual alguém que deseja casar com “uma mulher de Deus” se interessaria. No entanto, ao observar seu perfil no Facebook, ele concluiu que ela não era genuinamente convertida e terminou o namoro. Naquele ambiente virtual, ele pôde conhecer traços da personalidade da moça até então ocultos.

Se o caráter de muitos pode ser conhecido nas redes sociais, há também aqueles que simulam ser o que não são. Conheço uma pessoa que gosta de publicar vídeos do culto de sua igreja, onde é líder de louvor e às vezes também prega. Essa pessoa gosta de falar sobre suas “vitórias”, milagres experimentados, de ostentar autoridade espiritual e, com esse expediente, acaba promovendo sua imagem demonstrando ser alguém que não é. Certa ocasião, um credor comentou em uma de suas postagens, cobrando uma dívida. Ela é má pagadora: nas redes sociais, santa. Na vida real, escandaliza com seu péssimo testemunho.

Os cristãos devem fazer uso das redes sociais com sabedoria e prudência. Deixo aqui alguns conselhos básicos:

1. Se você é um cristão, deixe que as pessoas que te seguem nas redes sociais saibam disso, e que suas postagens estejam alinhadas com aquilo que você é em Cristo (2 Coríntios 5:17; Colossenses 2:6; 4:5; Gálatas 5:16);

2. Não exponha sua vida afetiva nas redes sociais. Problemas familiares ou de relacionamento conjugal devem ser tratados pelas partes envolvidas, e não expostos publicamente (Provérbios 4:23);

3. Não exponha sua carência afetiva. Especialmente mulheres têm facilidade de expor sua carência e muitas acabam se tornando vítimas de “golpistas do amor”;

4. Não exponha seu corpo. É mais comum do que deveria que pessoas que se dizem cristãs postem fotos ousadas e sensuais, exibindo seus corpos em redes sociais. Esse comportamento não valoriza ninguém e pode revelar fragilidade, carência afetiva e/ou necessidade de autoafirmação. Para certos observadores, isso soa como “produto na banca de promoção” — quando certos produtos não vendem, então eles precisam de exposição e de descontos tentadores. Isso não combina com ninguém, ainda menos com um cristão (1 Coríntios 6:19-20).

5. Preserve a pureza de sua mente, cuide do que seus olhos veem. Cuidado para não consumir nem compartilhar textos, notícias, fotos ou vídeos que promovam a impureza. “Não porei coisa má diante dos meus olhos…” (Salmos 101:3. Leia também Filipenses 4:8);

6. Cuidado com a linguagem. A boca de um cristão, bem como suas palavras nas redes sociais, devem ser santas e irrepreensíveis (Efésios 4:29; Provérbios 4:24);

7. Não acredite em tudo o que lê e vê. Há muitas “fake news” plantadas com propósitos obscuros. Vivemos na era dos “assassinatos de reputações”. Uma mentira que se espalha é como penas ao vento: você não consegue recolhê-las mais (Provérbios 14:15);

8. Jamais minta! O ambiente virtual é propício para mentiras e enganos. Mas, você é um cristão e deve agir como tal em qualquer ambiente (Efésios 4:25);

9. Evite enviar “indiretas” e/ou “recadinhos”. Esse é um péssimo hábito de alguns. Se não pode resolver suas diferenças com alguém pessoalmente, não tente fazê-lo no ambiente das redes sociais (Mateus 18:15).

10. Lembre-se de que você é livre para expressar suas opiniões sobre quaisquer assuntos. Mas faça-o com prudência e sabedoria (Provérbios 15:2);

11. Tenha em mente que toda tecnologia é boa ou má conforme o uso que lhe atribuímos. É você quem está no controle, portanto, utilize-a para o bem, para conectar-se mais facilmente com familiares e amigos, para fazer novas boas amizades, para a edificação, para a evangelização etc.;

12. Administre bem o seu tempo. Você não pode viver no mundo virtual e desprezar a realidade à sua volta. O vício das redes sociais pode levar pessoas ao que não é seu propósito original, que é a interação e não o isolamento, afetar o relacionamento familiar, bem como atrapalhar sua vida devocional. John Piper nos adverte com essas palavras: “Uma das maiores utilidades do Twitter e do Facebook será provar no Último Dia que a falta de oração não era por falta de tempo”. Em Efésios 5:15-16 temos um excelente princípio que devemos observar.

13. Lembre-se do conselho de Paulo: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma.” E outra vez: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam” (1 Coríntios 6:12; 10:23). Que todas as suas postagens passem pelo crivo da coerência!

14. Ensine, imponha limites e monitore seus filhos nas redes sociais (Provérbios 4:1; 22:6);

Lembremo-nos sempre das palavras de Jesus em Mateus 5:16: “Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus.” Que nosso comportamento, também nas redes sociais, possa refletir a luz de Cristo e glorificar a Deus.

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