Pedradas e Propósito: Lições das Jaqueiras e da Igreja de Cristo
Aqui na Igreja Batista de Vila Antunes, somos abençoados com um terreno privilegiado e amplo, com diversas árvores, entre elas algumas frondosas jaqueiras. Nesta época do ano, elas estão carregadas de frutos ainda em desenvolvimento.
Recentemente, deparei-me com uma cena que me causou profunda tristeza: um vândalo havia invadido nossa propriedade e cortado dezenas de jacas verdes. Os frutos, ainda pequenos — alguns do tamanho de laranjas —, ficaram espalhados pelo chão, num desperdício lamentável que evidenciava a tolice e a falta de temor de Deus daquele que cometeu tal ação.
Em meio à minha indignação inicial, veio-me à mente um antigo ditado bem conhecido: “Árvore que dá frutos é a que mais leva pedradas.” Esta sabedoria popular carrega uma verdade profunda que nos propicia, diante do quadro, uma preciosa reflexão. As jaqueiras foram atacadas precisamente por estarem cumprindo seu propósito — dar frutos.
Esse episódio me fez traçar um paralelo entre o ocorrido e a Igreja de Cristo, que também sofre ataques constantes neste mundo. Assim como as jaqueiras, a igreja está plantada para frutificar, mas enfrenta perseguições ao longo de toda a sua história, perseguições que se reacendem nos dias atuais, seja na forma de hostilidade velada ou ódio declarado.
As razões para estes ataques são múltiplas. Destaco:
• A igreja é atacada por sua natureza divina; como corpo de Cristo, ela não pertence a este mundo e naturalmente se contrapõe aos valores de uma sociedade corrompida, marcada especialmente pelo relativismo moral que permeia nossa época.
• A igreja é atacada por causa de seu único Senhor, Jesus Cristo, pois não se curva a nenhuma outra autoridade, mantendo-se fiel aos princípios bíblicos, o que contraria aqueles que servem ao “príncipe deste século”, Satanás.
• A igreja é atacada por ser portadora da verdade num mundo que rejeita absolutos e abraça o subjetivismo.
• A igreja é atacada por seu papel profético na sociedade, denunciando o pecado e chamando as pessoas ao arrependimento.
• A igreja é atacada porque sua obra evangelística desafia o império das trevas, conduzindo pessoas à salvação em Cristo e libertando-as do domínio do pecado.
• A igreja é atacada por sua influência transformadora, que promove mudanças de valores e comportamentos nos indivíduos e nas comunidades onde está inserida.
• A igreja é atacada por sua mensagem de exclusividade em Cristo como único caminho para a salvação, confrontando a ideia de que “todos os caminhos levam a Deus”.
• A igreja é atacada por sua defesa da família tradicional e dos valores morais bíblicos.
• A igreja é atacada por sua resistência à secularização e sua insistência na supremacia de Deus sobre todas as esferas da vida.
• A igreja é atacada por seu compromisso com a verdade bíblica, verdade que confronta ideologias populares ou politicamente corretas.
Contudo, assim como as jaqueiras continuarão a produzir frutos apesar dos ataques, a igreja permanece firme em sua missão, pois está fundamentada não em força humana, mas no poder de Deus. Os ataques, embora dolorosos, servem para confirmar que estamos no caminho certo, cumprindo nosso propósito divino de ser sal da terra e luz do mundo.
Como está escrito em João 15:18-19: “Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós, me odiou a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia.”
Apesar de toda oposição contra a Igreja, porque ela é uma instituição divina e não humana, podemos crer na promessa de que “as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mateus 16:18b).
Cajati (SP), em 04 de novembro de 2024
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