Bonecos no Berço, Crianças no Lixo: Uma Exortação aos Pais Cristãos | A Palavra
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sábado, 17 de maio de 2025

Bonecos no Berço, Crianças no Lixo: Uma Exortação aos Pais Cristãos

“Eis que os filhos são herança do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão.” (Salmos 127:3)

Bebê reborn
Imagem gerada por AI
Pr. Cleber Montes Moreira

Vivemos dias sombrios, em que a infância vem sendo alvo de ataques sistemáticos. A desconstrução da inocência infantil não compromete apenas o desenvolvimento de uma geração, mas ameaça os alicerces de toda a sociedade. Negligenciar essa realidade é plantar a semente de uma colheita amarga para o futuro.

A Palavra de Deus declara que “os filhos são herança do Senhor”. Isso significa que não nos pertencem, mas nos são confiados por Deus como um presente sagrado — um tesouro precioso que devemos amar, cuidar, proteger e educar no temor do Senhor. O salmista também os chama de galardão, ou seja, uma recompensa concedida por Deus. Contudo, em nossa geração, o que temos feito com esse presente?

Em vez de valorizá-los, muitos pais enxergam os filhos como um fardo. Eles interrompem planos, custam caro, exigem tempo e “atrapalham” a busca desenfreada por prazer, sucesso profissional e liberdade individual. O egoísmo cresceu — e com ele veio a terceirização dos cuidados e, tragicamente, do próprio amor. Avós, creches, escolas, igrejas e até dispositivos eletrônicos assumem o papel que deveria ser dos pais.

Entregar um celular a uma criança para que se acalme pode parecer prático, mas é uma das formas mais cruéis de negligência. O que parece inofensivo pode se tornar a porta de entrada para vícios digitais, sexualização precoce, distorção de valores morais e até exposição à exploração sexual. Observe: basta entregar um celular à criança e, logo, seu comportamento muda — e não para melhor. É um perigo real, que não pode ser ignorado.

Além disso, muitas escolas deixaram de ser espaços de ensino para se tornarem arenas de doutrinação ideológica. Valores absolutos são relativizados, o conceito de certo e errado é desconstruído, e os fundamentos da fé cristã são sistematicamente atacados. Promove-se uma “nova ordem moral”, que exalta a permissividade e a falsa liberdade, ao mesmo tempo em que zomba dos princípios bíblicos e tenta descredibilizá-los. Em algumas dessas instituições, datas como o Dia das Mães e o Dia dos Pais foram abolidas em nome de uma ressignificação imposta do conceito de família.

A decadência é visível. Conversas obscenas entre crianças, “namoros” infantis muitas vezes acalorados, redes sociais que facilitam encontros entre menores — ou entre menores e adultos — são apenas sintomas de uma sociedade que abandonou o temor de Deus. Já testemunhei crianças com pouco mais de dez anos trocando carícias à porta da escola, sem qualquer pudor, diante de adultos indiferentes. Há adolescentes dormindo na casa do(a) namorado(a), com o aval dos pais. O amor sacrificial, a autoridade e o zelo paterno desapareceram de muitos lares.

Enquanto isso, os lares se esvaziam de filhos e se enchem de animais e bonecos. A inversão é tamanha que, em muitos países, já há mais pets do que crianças. Os “pais de pet” celebram sua escolha com orgulho, enquanto a moda dos “bebês reborn” revela o nível de disfunção emocional da sociedade: bonecas de silicone com nomes, certidões de nascimento, exigência de lugares preferenciais em filas e ônibus, atendimento em hospitais, maternidades cenográficas e até creches destinadas a esses objetos. Esse é o retrato de uma geração adoecida, sem empatia, que foge de compromissos e relacionamentos reais e se afasta de Deus.

Enquanto os reborns recebem cuidados e carinho, crianças reais são abortadas, abusadas, negligenciadas, descartadas como lixo, lançadas aos lobos da internet, à pornografia e envenenadas pelo ensino da ideologia de gênero — um instrumento de desconstrução moral disfarçado de progresso — sendo entregues à indiferença e ao egoísmo de uma geração que perdeu o temor de Deus. Tudo isso revela que o culto a Moloque — o deus pagão a quem os filhos eram sacrificados — ainda é praticado, agora com novas roupagens e altares modernos.

A pergunta que se impõe é: como pais cristãos têm reagido a essa realidade? Temos seguido o fluxo cultural ou resistido à maré, firmados na Palavra de Deus? Temos tratado nossos filhos como a herança divina que são — ou como incômodos a serem administrados?

A Bíblia é clara quanto ao papel dos pais: “Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele” (Provérbios 22:6); “E vós, pais, não provoqueis à ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor” (Efésios 6:4).

Cuidar de nossos filhos é uma missão intransferível. A igreja pode ajudar, mas a responsabilidade primária é dos pais. Filhos precisam de presença, ensino bíblico, correção amorosa, exemplos vivos de fé e ambientes saudáveis. Negligenciar essa missão é abrir mão do que Deus nos confiou — nossas joias mais preciosas.

Aplicação:

    • Pais, reflitam honestamente: que tempo, atenção, ensino e amor têm dedicado aos seus filhos?

    • Eles estão sendo criados no conhecimento e no temor do Senhor, ou estão sendo moldados pelo mundo e seus valores?

    • Lidam mais com a Palavra de Deus ou com os smartphones?

    • A cultura do Reino ou a cultura do descarte governa o seu lar?

A desconstrução da infância é uma realidade alarmante — mas pais tementes a Deus podem fazer a diferença, construindo lares edificados na Rocha e criando filhos para a glória de Deus.

Oração:

Pai eterno, agradecemos pelos filhos que nos deste como herança. Perdoa-nos pelas vezes em que os tratamos com indiferença ou egoísmo. Dá-nos sabedoria, coragem e amor para criá-los segundo a Tua vontade. Ajuda-nos a protegê-los do mal, a instruí-los com fidelidade e a não nos conformarmos com este mundo. Que nossos lares sejam refúgio seguro e escolas da fé. Em nome de Jesus, amém.

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