“Irmãos, se algum dentre vós se tem desviado da verdade, e alguém o converter, saiba que aquele que converter um pecador do erro do seu caminho, salvará da morte uma alma, e cobrirá uma multidão de pecados.” (Tiago 5:19,20)
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Imagem gerada por AI |
Após abordar temas como a paciência nas provações, a importância da oração e o cuidado com os enfermos, Tiago conclui sua epístola voltando-se à responsabilidade mútua dentro da igreja, com foco especial na restauração daqueles que se desviam da verdade.
Jesus é a verdade (João 14:6). Portanto, desviar-se da verdade é afastar-se dEle. Tal desvio pode ocorrer tanto no abandono da sã doutrina quanto na queda moral. Quem se afasta da Palavra de Deus inevitavelmente também se distancia do padrão de santidade exigido pelo evangelho. O próprio Senhor afirmou: “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (João 17:3). Conhecer a Deus não é apenas ter informações corretas sobre Ele ou dominar as Escrituras, mas viver em comunhão com Ele por meio de uma fé viva — frutífera e operante.
Infelizmente, não é raro que alguns, dentre nós, se afastem de Deus e da comunhão com a igreja. Uns vacilam na fé e caem em armadilhas; outros são seduzidos pelos encantos deste mundo ou pelos enganos de falsos evangelhos. Há ainda aqueles que caminham conosco, mas nunca nasceram de novo.
Se alguém entre nós se tem desviado da verdade, nossa responsabilidade é conduzi-lo de volta — não com julgamento implacável, mas com amor, firmeza e compaixão. Tiago declara que aquele que fizer “converter um pecador do erro do seu caminho, salvará da morte uma alma, e cobrirá uma multidão de pecados” (v. 20). A restauração dos desviados não é missão exclusiva do pastor ou dos diáconos, mas responsabilidade de todo o corpo de Cristo. E a pergunta que nos confronta é: como temos reagido diante dos que se afastam? Com amor sacrificial ou com indiferença? Com oração e ação ou com descaso? Ou estamos simplesmente ocupados demais?
Uma das coisas que mais me entristecem no contexto da igreja é a facilidade com que desistimos das pessoas. Enquanto nós desistimos, o diabo trabalha; enquanto somos indiferentes, o mundo acolhe; enquanto não buscamos a ovelha desgarrada, o inimigo lhe apresenta convites sedutores; enquanto não nos compadecemos, o lobo voraz está à espreita.
Tenho vivido situações em que peço ajuda a irmãos para trazer de volta alguns que se afastaram. Uma das desculpas mais comuns é: “não tenho tempo”. Mas não ter tempo para “salvar da morte uma alma” é um sintoma trágico da frieza espiritual que tem contaminado a igreja. A falta de empatia revela a ausência de amor genuíno e uma conformidade com a indiferença praticada por um mundo sem Deus.
É claro que não somos nós quem convertemos os pecadores — isso é obra do Espírito Santo. Mas Deus nos chama para sermos instrumentos em Suas mãos. E, se nos recusamos a participar de algo tão importante e urgente, não seríamos nós mesmos os que precisam de conversão? Não seria essa indisposição um sinal de que também estamos desviados da verdade?
Quantos desviados da fé você conhece? Quantos você tem buscado? E se você escolhesse um deles para orar e agir com perseverança, será que Deus não poderia usá-lo como canal de restauração?
Aplicação:
Não ignore aqueles que se afastaram da fé. Em vez de criticá-los ou esquecê-los, seja um instrumento de reconciliação. Ore por eles, vá ao encontro, insista em amor. Você pode ser a pessoa que Deus usará para salvar uma alma da morte espiritual. Faça disso um compromisso: escolha um nome, dobre os joelhos, estenda a mão e persevere em amor.
Oração:
Senhor, dá-me um coração compassivo e sensível aos que se desviaram dos Teus caminhos. Usa-me como instrumento de restauração, com amor, sabedoria e perseverança. Que eu nunca me conforme com a perda de uma alma. Em nome de Jesus, amém.
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