O Prato que Servimos com a Boca | A Palavra
Renda Extra?

sexta-feira, 23 de maio de 2025

O Prato que Servimos com a Boca

“Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem.” (Efésios 4:29)

Boca com escorpiões
Imagem gerada por AI
Pr. Cleber Montes Moreira

Recentemente, alguém me perguntou o que penso sobre um cristão usar palavrões. Em resposta, lembrei-me de um antigo conto:

Conta-se que um rico mercador grego organizava um grande banquete. Desejando impressionar seus convidados, chamou seu servo de confiança e ordenou:

— Vá ao mercado e traga o melhor alimento que pudermos servir.

O servo saiu e, pouco depois, retornou com um prato coberto por um fino tecido de linho. Ao descobrir o conteúdo, o mercador exclamou, surpreso:

— Língua? Isso é o melhor que se pode oferecer?

Com sabedoria, o servo respondeu:

— Sim, senhor. Com a língua pedimos socorro, dizemos “mamãe”, expressamos gratidão, promovemos a reconciliação, proclamamos a verdade e louvamos a Deus. A língua consola, ensina, anima e edifica.

O mercador, intrigado, resolveu testar o escravo:

— Vá agora e traga o pior alimento que se pode servir.

Mais tarde, o servo voltou com outro prato, igualmente coberto. Ao abrir, o mercador exclamou:

— Língua, outra vez?!

— Sim, senhor — disse o servo com serenidade. — Com a mesma língua mentimos, amaldiçoamos, xingamos, espalhamos discórdias, humilhamos e ferimos. A língua pode destruir amizades, causar guerras e semear o ódio. Ela tanto pode abençoar quanto amaldiçoar.

Fez-se silêncio. O mercador compreendeu: a língua é um instrumento poderoso — tanto para o bem quanto para o mal.

Este ensino moral está perfeitamente alinhado com as Escrituras. Tiago afirma: “Com ela bendizemos a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus.” (Tiago 3:9). A incoerência de louvar a Deus e, ao mesmo tempo, ferir o próximo com palavras ofensivas é inaceitável para quem nasceu de novo.

Infelizmente, ainda ouvimos relatos de cristãos que, embora aparentem piedade nos cultos, demonstram um comportamento completamente diferente no ambiente de trabalho ou em casa. Patrões que se dizem crentes, mas xingam seus funcionários; pais que gritam com os filhos; crentes que, diante de contrariedades, usam palavras de ódio. Isso é escandaloso e totalmente oposto ao ensino de Cristo.

No capítulo 4 de Efésios, o apóstolo Paulo trata da nova vida em Cristo. O novo nascimento transforma todas as áreas da vida — inclusive a fala. No versículo 29 ele adverte: “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe” — o termo grego traduzido por “torpe” é sapros, que significa “podre, corrompido, impróprio” (Strong’s G4550). Ou seja, é uma linguagem que contamina, destrói e compromete o testemunho cristão.

Paulo prossegue: “mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem.” Nossas palavras devem cumprir um propósito santo: edificar, consolar, curar, reconciliar e encorajar. Palavrões, insultos e palavras ásperas não têm lugar na boca de um verdadeiro discípulo de Cristo.

Aplicação:

Que prato temos servido: o melhor ou o pior?

Examine suas palavras. Elas têm servido para edificar ou para destruir? As pessoas ao seu redor saem fortalecidas ou feridas pelo que você diz? Que a nossa língua seja um instrumento de bênção, e jamais de maldição. Não se trata apenas de evitar o palavrão, mas de submeter toda a nossa linguagem ao senhorio de Cristo — no lar, no trabalho, na igreja e até nas redes sociais.

Oração:

Senhor, purifica meus lábios e meu coração. Que da minha boca saiam apenas palavras que edifiquem, consolem e abençoem. Livra-me das palavras torpes, dos insultos e de tudo o que contraria o Teu caráter. Que minha língua seja usada para Te glorificar e para espalhar a Tua graça. Em nome de Jesus, amém.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Renda Extra?