“Eita mulherão” | A Palavra

sábado, 7 de março de 2015

“Eita mulherão”

Como você descreveria um mulherão? Embora na cabeça de alguns o termo esteja relacionado aos atributos físicos, para os entendidos a concepção é outra...

Mulher lendo a Biblia
Imagem gerada por IA
Pr. Cleber Montes Moreira
 
“Mulher virtuosa quem a achará? O seu valor muito excede ao de rubis.” (Provérbios 31:10)

 

Um jovem, ao ver passar uma mulher linda e atraente, exclamou: “Eita, mulherão!” Ele obviamente se referia ao corpo escultural; à forma, não à essência; à beleza física, não ao caráter. “Mulherão” é sinônimo de seios fartos, lábios carnudos, glúteos volumosos, pernas torneadas, entre outros atributos físicos. O padrão é o das dançarinas de programas de palco, das modelos que estampam capas de revistas e até das que se anunciam como “acompanhantes”. Nesse contexto, o termo “mulherão” é o reflexo de uma visão distorcida e superficial, cunhada por uma mentalidade doentia e sensualista. Esta perspectiva perniciosa reduz a mulher a um simples objeto de desejo, negligenciando suas virtudes mais nobres e a integridade de seu ser, que vai muito além da aparência física.

Na Bíblia, encontramos vários exemplos de mulheres dignas de admiração, mulheres valorosas, exemplares, de fé e verdadeiras servas de Deus. Cada uma pode ser considerada, com justiça, um “mulherão”: Débora, escolhida para ser juíza; uma certa sunamita, que pediu ao marido que construísse um quarto extra em sua casa para hospedar o profeta Eliseu; Ester, que se tornou rainha e foi instrumento divino para salvar seu povo da destruição; Rute, nora de Noemi, mulher honesta e trabalhadora; Ana, mulher de oração, mãe do profeta Samuel; Abigail, “mulher de bom entendimento e formosa”, que salvou sua família (1 Samuel 25:3); a anônima viúva pobre, cuja generosidade tornou-se exemplo a ser seguido; Maria de Betânia, que encontrou tempo para ouvir o Mestre, deixando seus afazeres de lado por um momento; a samaritana, pecadora arrependida que se tornou missionária entre seu povo; Maria, mãe de Jesus, que, em vez de se exaltar, reconheceu sua condição de serva (Lucas 1:48); Dorcas, discípula cheia de “boas obras” (Atos 9:36); Lídia, que abriu sua casa para a pregação do evangelho; Loide e Eunice, que transmitiram ao jovem Timóteo os valores da “fé não fingida” (2 Timóteo 1:5). Tantas outras aparecem nas Escrituras Sagradas como verdadeiras heroínas. Cada uma delas pode ser considerada, literalmente, um “mulherão”.

Mulherão é a mãe, a filha, a esposa, a amiga, a companheira, a mulher íntegra, a trabalhadora, a que cuida com zelo de sua família, a que cultiva os valores cristãos em seu lar, a que é exemplo de fé e obediência a Deus. Qualquer outra concepção de “mulherão” será fruto de devaneio.

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