Primeiro o coração | A Palavra

sábado, 5 de fevereiro de 2022

Primeiro o coração

Todos os que são convocados por Deus devem, impreterivelmente, experimentar a abnegação e fazer do chamado a sua prioridade, colocando nele seus corações

Imagem de JamesDeMers por Pixabay

Pr. Cleber Montes Moreira

“Ora, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei.” (Gênesis 12:1)

Quando alguém é chamado para sair de sua terra e exercer o ministério pastoral ou missionário noutro lugar, ao fazer as malas, qual a primeira coisa que deve colocar nela? O coração. Assim creio. Penso que foi isso que Abrão fez. Ele não deixaria o seu lugar, seus parentes e amigos, não romperia com vínculos afetivos tão fortes se não colocasse, antes de tudo, o seu coração no projeto de Deus. Aquele que vai, mas deixa parte de si, não está apto para servir. O “ide” requer fé e amor à causa.

Quando Paulo foi chamado, a partir do encontro com o Senhor ele desprezou o judaísmo, do qual era extremamente zeloso, colocou o seu coração no evangelho, derramou a sua vida por ele, e se tornou num modelo missionário. Ele declarou que as coisas que antes considerava tão importantes, agora, pelo conhecimento e amor a Cristo eram como escória (Filipenses 3:7,8). Sua experiência é como a do negociante que buscava boas pérolas, que ao encontrar “uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha, e comprou-a” (Mateus 13:46). Em Cristo reordenamos nossos valores.

William Carey amou intensamente a Índia — O senhor o convocara para servir ali. Diante da recusa de sua esposa em acompanhá-lo, disse resoluto: “Se eu possuísse o mundo inteiro, daria alegremente tudo pelo privilégio de levar-te e os nossos filhos comigo; mas o sentido do meu dever sobrepuja todas as outras considerações. Não posso voltar atrás sem incorrer em culpa a minha alma”. Coube ao Dr. Thomas, companheiro de viagem de Carey, conversar com Dorothy e convencê-la a partir.

Todos os que são convocados por Deus precisam experimentar a abnegação e fazer do chamado a sua prioridade, colocando nele seus corações. Nenhum ministério dividido será bem-sucedido. Na verdade essa é a causa de frustrações e infelicidade de muitos obreiros. O sucesso ministerial não está, como muitos pensam, nos números, no tamanho da igreja, no status alcançado, mas na obediência. Paulo foi enfático: “Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra” (2 Timóteo 2:4) — um coração indeciso estará sempre propenso à infidelidade.

A esposa de Ló olhou para trás — estaria lá o seu coração? Fato é que ela não pôde agradar a Deus. Apegar-se àquilo que não é do propósito do Senhor nos torna estáticos, nos inabilita (Lucas 12:34). “Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás, é apto para o reino de Deus” (Lucas 9:62). Em outras palavras, ninguém que trabalha para Deus se move por interesses pessoais.

“O coração na obra, e a obra no coração.” Para cumprir o chamado não há meio termo. Pense nisso.

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