Para que a nação seja bem-aventurada | A Palavra
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quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Para que a nação seja bem-aventurada

É por meio de cada salvo, de seu trabalho e testemunho fervoroso, que Ele incendeia famílias, igrejas e sociedades. Mesmo uma pequena fagulha pode incendiar uma floresta

Fósforos
Imagem: Pixabay
Pr. Cleber Montes Moreira

“Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor, e o povo ao qual escolheu para sua herança.”
(Salmos 33:12).

Há uma música cuja letra diz que “Um dia Deus olhou para esta nação e por ela se apaixonou de uma forma especial”. Esta é uma terrível heresia. Isso porque ‘paixão’ é um sentimento tão intenso que é capaz de alterar o pensamento e o comportamento, levando, muitas vezes, à ações irrefletidas e irracionais, e Deus jamais se deixaria levar por alguma paixão. Ele é perfeito, e nele “não há mudança nem sombra de variação” (Tiago 1:17); Ele não é movido por sentimentos ou impulsos que possam afetar seu caráter.

A escolha de Israel para o advento do Messias tem como objetivo alcançar indivíduos de todas as nações. Cristo deu a sua vida para com o seu sangue comprar para Deus pessoas de “toda a tribo, e língua, e povo, e nação” (Apocalipse 5:9), para que se que cumpra a palavra que diz: “e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos” (Apocalipse 7:9 — grifo do autor). O Eterno derramou seu amor por todos, e não por um povo em especial, porque “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16 — grifo do autor).

É legítimo orarmos por um avivamento da nação, entretanto precisamos compreender que Deus trabalha a partir de indivíduos. É por meio de cada salvo, de seu trabalho e testemunho fervoroso, de cada vida ganha para Cristo — porque mortos não podem ser reavivados — que Ele incendeia famílias, igrejas e sociedades inteiras. Mesmo uma pequena fagulha pode incendiar uma floresta.

Somos responsáveis por nosso agir e escolhas. Como os demais cidadãos vamos às urnas escolher nossos representantes na política, e muitas vezes escolhemos mal, tal como Israel quando rejeitou a Deus e pediu um rei, e pagou caro por isso (1 Samuel 8). Muitos não gostam de conversar sobre política (e não falo de militância partidária), porque foram ensinados a pensar que o crente não deve se envolver com este assunto, e assim deixam de atuar na transformação da sociedade; não percebem que “quem não gosta de política é governado por quem gosta”. Outros se amoldam ao padrão secular e se associam na defesa e/ou na prática do mal, ignorando os valores das Escrituras e desprezando o próprio Deus; eles tornam-se motivo de escândalos ou mesmo de ódio e acusações contra as igrejas. Outros, apenas se calam diante do mal; indiferentes, com seu silêncio pecaminoso, praticam o “quem cala consente”. A verdade é que não existe “vida espiritual” dissociada de “vida social”.

Deus não tem preferência por uma nação, Ele não ama mais o Brasil que o Senegal, o Afeganistão, o Iraque, a Índia etc. Mas Ele escolheu um povo, e este povo tem responsabilidades para com este mundo, e precisa atuar como agente de transformação, a começar pelo próprio lar, para que também as igrejas, as cidades e o país inteiro seja influenciado pelo poder libertador do evangelho: “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pedro 2:9).

Sirvamos a Deus em integridade de vida. Oremos pelas autoridades constituídas, “para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade” (1 Timóteo 2:2). Oremos por todos as pessoas, porque Deus “quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade” (1 Timóteo 2:4). Testemunhemos pelo poder do Espírito Santo, a partir de nossa Jerusalém, até alcançarmos os confins da terra (Atos 1:8). Se desejamos e oramos para que a nação seja bem-aventurada, precisamos de um reavivamento real; precisamos viver como “o povo ao qual [Deus] escolheu para a sua herança” (Salmos 33:12). Pense nisso!

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