Leia o escritor, leia o pregador: A importância do discernimento na busca pela verdade

A perigosidade da “aparência de piedade”: a importância do discernimento para identificar os falsos mestres

Imagem: Pixabay

Pr. Cleber Montes Moreira

“Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo” (Colossenses 2:8).

Li um texto bem interessante que me pareceu muito coerente. Eu mesmo teria curtido a postagem, exceto por um detalhe: além de ler o artigo, li seu autor.

Muitas coisas bonitas têm sido escritas, conteúdos que, se tomados isoladamente, nos parecem excelentes. Entretanto, se olharmos para a vida e as intenções de quem escreve, podemos ter uma compreensão para além daquele texto específico. Por isso, é essencial que, além da mensagem, leiamos o escritor. Paulo nos adverte: “Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo” (Colossenses 2:8).

O diabo pode falar sobre amor, perdão, misericórdia, ajudar os pobres e muitas outras coisas. Ele é até capaz de proferir muitas verdades, desde que sirvam a seus intentos malignos. Entretanto, ele é o pai da mentira (João 8:44). Seus servos, os operários do engano, trabalham arduamente. Eles estão no mundo para nos induzir ao erro. Muitas vezes, proferem discursos salpicados de verdades, transparecem bondade e sinceridade. Eles não impõem goela abaixo suas heresias, mas cativam os ouvintes e os corrompem com “doses homeopáticas” de seu veneno — são muito “amáveis” e convincentes. Eles têm “aparência de piedade”, mas na prática “resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé” (2 Timóteo 3:5,8).

Observem as palavras usadas pelo apóstolo: filosofias, vãs sutilezas, tradição dos homens, rudimentos do mundo. Não é sobre o evangelho que falam, é sobre qualquer outra coisa, mesmo que leve o nome de “evangelho”.

O termo traduzido por “cuidado” significa “ver, discernir, através do olho como órgão da visão”. Metaforicamente, “ver com os olhos da mente”, em outras palavras, ter discernimento. A exortação de Paulo está em harmonia com o ensino de João, que diz: “Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo” (1 João 4:1). É um aviso para buscarmos discernimento e não sermos persuadidos por falsificadores da Palavra, ou, como digo, “encantadores de incautos”. Eles lançam “iscas” apetitosas. Mas uma isca sempre tem um propósito, e você sabe qual é.

Procure conhecer a Palavra de Deus e busque a direção do Espírito Santo para não ser enredado (Oséias 4:6; Mateus 22:29; Filipenses 1:9-11; João 2:21). Ao ler uma mensagem, leia antes o autor. Ao ouvir um sermão, ouça a vida do pregador. E, o mais importante, submeta tudo ao crivo das Escrituras Sagradas (Atos 17:11). A Bíblia é a luz para o nosso entendimento, o Espírito é o nosso guia na verdade (João 16:13). Pense nisso!