Eu me envergonho… | A Palavra

sábado, 10 de junho de 2023

Eu me envergonho…

Uma reflexão sobre a necessidade de preservar a integridade do ministério pastoral em tempos difíceis

Pastor
Imagem: Freepik

Pr. Cleber Montes Moreira

“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.” (2 Timóteo 2:15)

Paulo exorta Timóteo a se apresentar perante Deus como um obreiro aprovado, que não tem do que se envergonhar. Assim também deveria ser a vida de todo pastor: andar diante do Altíssimo, sendo aprovado e exercendo o ministério com integridade, não tendo do que se envergonhar diante de Deus nem dos homens. Entretanto, há tantos que se tornam causadores de escândalos e pedras de tropeço. O pior é que muitos não sentem vergonha de seus atos, às vezes cometidos intencionalmente. Existem pastores e existem lobos em pele de pastor.

Muitos se envergonham quando erram e retomam o caminho. Há aqueles que não sentem vergonha alguma, e há aqueles que nos causam vergonha…

Eu me envergonho quando vejo pregadores cobrando altos cachês para pregarem em igrejas e em eventos.

Eu me envergonho dos pastores que agem como “animadores de auditório”, como humoristas, cativando a atenção para si e não para Deus.

Eu me envergonho dos pastores que deixam de prover alimento para oferecer entretenimento para suas ovelhas.

Eu me envergonho dos pastores que se esquecem da Bíblia e se empenham em citar frases e ensinamentos de certos personagens que não têm nenhum compromisso com a Verdade.

Eu me envergonho dos pastores que trocam a teologia bíblica pela sabedoria humana.

Eu me envergonho quando vejo pseudopastores brigando em redes sociais e se atacando mutuamente.

Eu me envergonho quando vejo pastores praticando deliberadamente o proselitismo, pescando em aquários, investindo desonestamente sobre o rebanho que Deus confiou a outros.

Eu me envergonho quando certos líderes e pregadores pedem, sem qualquer pudor, dinheiro para benefício próprio, com a desculpa de sustentar seus ministérios, para depois ostentarem mansões, carros luxuosos e até jatinhos.

Eu me envergonho de ver tantos obreiros banalizando o casamento, divorciando-se de suas esposas sem motivo justo e se envolvendo em outros relacionamentos (ou aventuras amorosas).

Eu me envergonho dos pregadores que usam a Bíblia para justificar suas más intenções, citando textos isolados e interpretando-os de forma interesseira.

Eu me envergonho dos pastores que não conhecem a Bíblia.

Eu me envergonho dos pastores que desprezam a oração e a vida devocional.

Eu me envergonho dos pastores que não vivem o que pregam.

Eu me envergonho dos pastores que pregam o liberalismo em suas igrejas, permitindo imoralidades e abrindo as portas para o mundo.

Eu me envergonho dos obreiros que, em nome do amor, se desviam da Sã Doutrina, como se o verdadeiro amor pudesse subordinar a verdade.

Eu me envergonho daqueles que pregam um evangelho inclusivo, permitindo que suas ovelhas vivam na prática de certos pecados, tudo em nome de atrair pessoas sem visar a sua salvação em Cristo.

Eu me envergonho de pastores que colocam certas teologias, movimentos e correntes acima da Bíblia e cultuam certos personagens, dando a eles uma ênfase exagerada.

Eu me envergonho dos pastores que não zelam por seus púlpitos, entregando-os a qualquer um.

Eu me envergonho dos pastores que não zelam pela coerência da música em suas igrejas, permitindo que se cante de tudo, inclusive músicas com letras que contradizem a fé cristã.

Eu me envergonho dos pastores que fazem acordos e se envolvem na política para se beneficiarem dela, muitas vezes transformando seus púlpitos em palanques e suas igrejas em “currais eleitorais”.

Eu me envergonho dos pastores que não se dedicam ao pastoreio, mas agem como tecnocratas eclesiásticos, sendo muitas vezes excelentes administradores, porém péssimos e negligentes no cumprimento de sua verdadeira missão.

Eu me envergonho dos pastores que impõem suas mãos precipitadamente sobre candidatos despreparados, de convicções duvidosas, seja por amizade, para agradar aos colegas ou qualquer outro motivo, desprezando as exigências bíblicas para o ministério.

Eu me envergonho dos pastores que aderem ao politicamente correto e desprezam a sã doutrina.

Eu me envergonho dos pastores que não exercem a disciplina sobre seu rebanho.

Eu me envergonho dos pastores que, por covardia, com o intuito de não prejudicar seus ministérios, não ousam lidar com certas pessoas ou famílias da igreja quando elas necessitam ser tratadas.

Eu me envergonho dos pastores que abrem as portas para heresias.

Eu me envergonho dos pastores que glorificam a si mesmos, alimentando sua vaidade, em vez de glorificar ao Senhor dos Senhores.

Eu me envergonho…


Itaperuna, 18 de junho de 2017

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