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terça-feira, 17 de janeiro de 2023

Tratando conflitos na igreja: a murmuração dos gregos

Que nosso testemunho, ainda mais neste tempo caracterizado pela facilidade oferecida pelas mais diversas formas de comunicação, seja norteado por diretrizes bíblicas e se constitua relevante para a edificação da igreja e transformação de nossa sociedade

Fofoca
Imagem: Pixabay
Pr. Cleber Montes Moreira

“Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano.”
(Atos 6:1)

Dentre vários significados para a palavra “conflito”, encontramos “ausência de concordância, de entendimento; oposição de interesses, de opiniões; divergência”1. Conflitos podem ser causados por ressentimentos, opiniões divergentes, invejas, questões mal resolvidas, preferência no tratamento de uns para com os outros, histórias mal contadas, fofocas, interferências ou ruídos na comunicação, dentre outros.

Conflitos ocorrem em qualquer ambiente de convivência, seja na escola, trabalho, agremiações e, sem dúvidas, no seio das igrejas. Isso porque são compostas por pessoas em transformação, em processo de amadurecimento, que ainda não alcançaram a estatura de “homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo” (Efésios 4:13). A plenitude espiritual os filhos de Deus só atingirão na glorificação, por isso ainda não estão totalmente livres dos vestígios de sua velha natureza, de modo que a luta entre a carne e o espírito é uma realidade com a qual precisam lidar sob as orientações da Palavra de Deus (Romanos 7:14-24).

O conflito observado em Atos 6 acontece num momento de expansão, conforme lemos: “Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos…”. O motivo? Porque os gregos “murmuraram” contra os hebreus “porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano”. Sempre que a igreja cresce surgem novas demandas, ou novos modos de lidar com certas situações, de modo que, neste caso, o “ministério cotidiano” deveria ser reestruturado.

O termo “murmuração” pode indicar uma “queixa secreta, não declarada abertamente”, o que talvez revele alguma “conversinha de bastidores”, um “leva e traz”. Nas igrejas, muitas reclamações e críticas não ocorrem de modo honesto, transformando-se em “fofoquinhas”. Este tipo de comportamento não traz solução, apenas agrava o problema e perturba a paz. Portanto, aqueles que têm alguma queixa na igreja devem comportar-se com sabedoria e não como incrédulos, buscando solucionar a questão para a promoção da paz. Os crentes maduros devem agir de modo bíblico, e jamais emprestar seus ouvidos para murmuradores de plantão. Levemos em conta a exortação que diz: “Não andarás como mexeriqueiro entre o teu povo…” (Levítico 19:16).

Os apóstolos eram homens de oração — eles priorizavam a oração e o Ministério da Palavra (Atos 6:4) —, de maneira que não agiram por sua própria razão, mas sob a direção do alto, levando ao povo uma palavra de sabedoria que contentou a todos, restabeleceu a paz e solucionou o problema. Com isso aprendemos que os conflitos entre irmãos, bem como todas os demais assuntos, devem ser tratados no espírito, e não na carne. Aliás, andemos em Espírito, e não cumpriremos a concupiscência da carne (Gálatas 5:16).

Que nossas palavras não desencadeiem nem alimentem conflitos, mas promovam a paz. Que nosso testemunho, ainda mais neste tempo caracterizado pela facilidade oferecida pelas mais diversas formas de comunicação, seja norteado por diretrizes bíblicas e se constitua relevante para a edificação da igreja e transformação de nossa sociedade. Pense nisso!

1 https://www.dicio.com.br/conflito/

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