Servir ou ser servido? A inversão da lógica secular no reino de Deus | A Palavra

sábado, 17 de fevereiro de 2024

Servir ou ser servido? A inversão da lógica secular no reino de Deus

A contradição entre os valores do mundo e os valores do reino de Deus na perspectiva de Mateus 20:20-28

Rico ajudando um mendigo
Imagem gerada por IA
Pr. Cleber Montes Moreira

“Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande seja vosso serviçal; e, qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo.”
(Mateus 20:26,27)

Tudo começa com um pedido de uma mãe, que certamente desejava o sucesso de seus dois filhos: que um se assentasse à direita e o outro à esquerda de Jesus em seu reino (Mateus 20:20,21). Nos tempos antigos, os altos oficiais ocupavam essas posições nas cortes reais.

Muitos identificam aquela mulher como Salomé, irmã de Maria e tia de Jesus. Se for o caso, é possível que ela tenha procurado valer-se dos laços de parentesco para interceder em favor dos filhos, compartilhando do anseio deles por ocuparem uma posição de tamanha importância no reino que pensavam que seria inaugurado em breve.

Mães desejam o melhor para seus filhos. Nós desejamos o melhor para nós. O melhor emprego, os melhores cargos, o melhor salário, as melhores roupas, as melhores comidas, as melhores companhias, os melhores lugares nos encontros e festas sociais, ser destaque, ter sucesso…

A lógica da vida, segundo o conceito secular, é alcançar uma posição tal que, em vez de servir, a pessoa possa ser servida. Pensam que é melhor ser patrão do que empregado; que é melhor ser rico do que ser pobre. É normal que, no mundo, as pessoas naturais queiram que seus interesses prevaleçam sobre os das outras. E mesmo dentro da visão do evangelho triunfalista, o crente, dizem, é “cabeça e não cauda”.

Por causa do modo como o evangelho é pregado hoje, há muitos que se aproximam de Cristo pensando em obter vantagens. Afinal, “não sou dono do mundo, mas filho do dono”, dizem os que estão interessados nas benesses do reino do Senhor.

A expectativa daquela mãe era, certamente, a mesma de muitos judeus: esperavam um rei temporal, que se assentasse em um trono terreno, que exercesse o governo da nação e cujos cargos seriam distribuídos entre seus amigos mais chegados.

Que decepção para quem espera em Cristo apenas para esta vida e o busca apenas para o sucesso temporal ao descobrir que “o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo” (Romanos 14:17); que o Seu reino “não é deste mundo” (João 18:36), que neste reino a lógica é invertida: o maior é o menor, e “qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo” (Mateus 20:27).

A advertência de Jesus é: “Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande seja vosso serviçal” (Mateus 20:26) — nisso reside o amor sacrificial, altruísta, de quem cumpre os mandamentos. Afinal, seguimos não a lógica do mundo, mas a do Senhor que “não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos” (Mateus 20:28).

Servir ou ser servido? A resposta identifica o reino cujas leis regem sua vida. Pense nisso!

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