Crentes de Cristal: A Fé que Não Resiste a um “Não” | A Palavra
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segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Crentes de Cristal: A Fé que Não Resiste a um “Não”

“Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me.” (Lucas 9:23)

cristal quebrado
Imagem gerada por IA

Pr. Cleber Montes Moreira

Vivemos na era do “tudo me ofende” e do “me trate como eu quero”. Qualquer contrariedade é suficiente para afastar amizades, romper relacionamentos e até quebrar vínculos com a igreja. É a geração da porcelana fina — bonita aos olhos, mas que se despedaça com um simples toque. E, no meio desse cenário, estão aqueles que professam fé em Cristo, mas não suportam a menor pressão, não aceitam correção e não perseveram quando a caminhada exige renúncia.

Li uma matéria intitulada “Crentes de Cristal”, em que o autor dizia que muitos crentes carregam em si aquele aviso: “Cuidado, frágil!”. Segundo ele, “beicinhos, birrinhas, manhazinhas, ciumezinhos” e outros comportamentos semelhantes são sintomas dessa fragilidade espiritual.

É fato que isso não se limita apenas ao meio evangélico. Vivemos em uma geração que não aprendeu a lidar com frustrações, desapontamentos, esperas, perdas e limites. Um simples “não” parece suficiente para partir muitos corações em pedaços. Pessoas se aborrecem facilmente, esperam ser paparicadas e colocam sua autoestima acima de qualquer compromisso. Infelizmente, essa mentalidade também se infiltra entre os que frequentam — ou até mesmo são membros — das igrejas.

Alguns agem como se dissessem: “Se não me derem atenção… se não me tratarem como eu acho que mereço… se não me derem oportunidade… eu não volto.”

Lembro-me de uma família que, há alguns anos, frequentava regularmente os cultos na igreja onde eu pastoreava. Não eram membros, mas, pela frequência, imaginei que logo se firmariam. Sempre os cumprimentava com carinho, conversava, enviava mensagens e me esforçava para acolher especialmente os filhos. Até que, repentinamente, sumiram. Fiz inúmeros contatos, tanto pessoalmente quanto por mensagens, mas percebi que, assim como a multidão que abandonou Jesus no deserto (João 6:26,66), eles se interessavam mais pelos “pães e peixes” do que pelo compromisso com Deus.

Esse é um comportamento que se repete. Alguns deixam a congregação porque não tiveram palco; outros, porque consideram as mensagens duras demais; outros ainda, porque se magoaram com palavras ou atitudes de irmãos. Enquanto os programas e atividades da igreja lhes agradam, permanecem; mas basta um incômodo, um pequeno desentendimento, e a aparente fé se quebra como casca de ovo.

O que falta a essas pessoas é compreender o verdadeiro significado de tomar diariamente a cruz e seguir a Cristo. Sua fonte de contentamento não é o Senhor, mas o próprio ego. Cultuam a si mesmos e, por isso, não suportam sequer pequenos aborrecimentos, não exercitam a paciência e não buscam maturidade espiritual. Parecem ser de cristal — basta um leve esbarrão, e se quebram.

Paulo escreveu aos coríntios, que eram crentes carnais: “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino…” (1 Coríntios 13:11). O problema é que muitos se recusam a deixar a infância espiritual. O crescimento traz desconforto, mas é indispensável.

Aplicação:

O discipulado de Cristo exige renúncia, maturidade e perseverança. O seguidor de Jesus não pode viver à mercê das emoções e caprichos. É preciso aprender a permanecer firme mesmo diante de frustrações, ofensas ou ausência de reconhecimento. A cruz não é leve porque nos traz conforto, mas porque Cristo caminha conosco (Mateus 11:30).

Oração:

Pai amado, livra-nos da imaturidade espiritual e ajuda-nos a perseverar mesmo diante das dificuldades. Ensina-nos a tomar nossa cruz a cada dia e seguir a Cristo com fidelidade. Em nome de Jesus, amém.

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