Deve um cristão celebrar o ‘Dia Internacional de Combate à ‘LGBTfobia’? | A Palavra

terça-feira, 17 de maio de 2022

Deve um cristão celebrar o ‘Dia Internacional de Combate à ‘LGBTfobia’?

Um like diz sobre nós bem mais que possamos imaginar. Pode revelar, inclusive, quais são nossas convicções e as causas que defendemos

Bandeira LGBT
Imagem: unsplash
Opinião: Cleber Montes Moreira

Neste dia 17 de maio é celebrado o “Dia Internacional de Luta contra a LGBTfobia”. A data, que é considerada referência na promoção dos “direitos LGBTs”, “celebração da diversidade” e “luta contra todos os tipos de preconceito”,1 foi escolhida por coincidir com o dia em que a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1990, retirou o termo homossexualismo da lista de distúrbios mentais do Código Internacional de Doenças.2

Ao contrário do que ocorre em países fechados, onde a prática homossexual pode até levar à pena de morte, numa democracia todos têm direito à voz e à livre manifestação. Assim é que, neste exercício da liberdade, muitos foram às redes sociais para promover a data e manifestar apoio à causa: internautas, militantes, blogueiros, políticos, celebridades e até religiosos.

Dentre as diversas postagens e curtidas, muitos que se dizem cristãos também se manifestaram, desde os de linha progressista até membros de igrejas consideradas conservadoras, ora compartilhando textos e/ou imagens, ora deixando seu like ou deslike em postagens alheias, alguns apoiando, outros manifestando seu ponto de vista à luz de seu entendimento das Escrituras. Diante disso, pergunto: Deve um cristão celebrar o ‘Dia Internacional de Combate à Homofobia’?

Fato é que o cristão autêntico — como cristão e como cidadão — deve se opor a qualquer cerceamento da liberdade, como garantido na Constituição Federal, bem como condenar todo tipo de violência e preconceito, o que não implica apoio às causas contrárias à sua fé e valores, mas expressão de sua consciência.

Uma coisa é defender o direito do outro, outra é hastear a bandeira de sua causa. Assim é que o cristão reconhece que os LGBTs têm o direito de manifestar seu pensamento publicamente, defender sua causa e o que entendem por seus direitos de modo pacífico, ordeiro, respeitoso, sem jamais impor seu padrão aos que pensam diferente. Ao contrário de um like, esta disposição não significa, jamais, concordância — e discordar de certos valores e práticas é também um direito a ser respeitado e defendido: o que vale para um, vale também para o outro.

Particularmente — enquanto opinião não é criminalizada — entendo que um cristão que celebra o ‘Dia Internacional de Combate à LGBTfobia’, ou deixa seu like numa postagem de apoio, ainda que inadvertidamente ou por querer agir “politicamente correto”, está hasteando a bandeira de uma causa que lhe é, por natureza e por prática, contrária; mais que isso: uma causa que tem como foco a desconstrução da família segundo o modelo bíblico, e que labora contra os valores judaico-cristãos. Isso não é uma percepção particular, é uma realidade! Para exemplificar, cito, dentre os esforços da “causa”, o combate a “heteronormatividade” e a implantação de novos modelos de famílias como parte de um novo padrão que se objetiva impor. O texto que tentaram emplacar no PNDH III, de 2009, trata claramente deste esforço: “Reconhecer e incluir nos sistemas de informação do serviço público todas as configurações familiares constituídas por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, com base na desconstrução da heteronormatividade.”3 Assim percebemos claramente que, não os homossexuais, mas a militância LGBT tem um projeto claro contra a fé cristã e a família visando a demolição de seus fundamentos basilares. Endossando esta pauta, os teólogos inclusivos propõem, mesmo que veladamente, até mesmo a ressignificação da Bíblia como instrumento de subversão.

Afirmar ser cristão e apoiar, divulgar ou deixar um like num post cuja mensagem é contra os princípios bíblicos é no mínimo contraditório. É tão irracional quanto um americano, desfrutando de sua liberdade, fincar em seu jardim uma bandeira de um país comunista.

Um like é uma declaração de apoio, de concordância, de alinhamento. Uma postagem ou um simples like diz sobre nós mais que possamos imaginar. Pense nisso!


1 https://www.brasildefato.com.br/2020/05/17/dia-internacional-de-luta-contra-a-lgbtfobia-e-marcado-por-manifestacoes-virtuais (acessado em 19 de maio de 2021)

2  https://direito.mppr.mp.br/arquivos/File/1705SUSCombateLGBTfobia.pdf (acessado em 19 de maio de 2021)

3  https://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/os-gays-e-os-8220-esquerdos-8221-humanos/(acessado em 19 de maio de 2021)

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