O exemplo de Lóide e Eunice: a influência materna para a salvação dos filhos | A Palavra
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domingo, 12 de maio de 2024

O exemplo de Lóide e Eunice: a influência materna para a salvação dos filhos

A “fé não fingida” e o legado do conhecimento: O papel vital das mães na formação espiritual dos filhos

Mãe e filho
Imagem gerada por AI

Pr. Cleber Montes Moreira

“Trazendo à memória a fé não fingida que em ti há, a qual habitou primeiro em tua avó Lóide, e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também habita em ti.” (2 Timóteo 1:5)


Se havia alguém em quem Paulo depositava total confiança, esse alguém era o jovem Timóteo. As palavras de reconhecimento e elogio do apóstolo em Filipenses 2:19-23 atestam seu caráter inquestionável. No entanto, é preciso reconhecer que seu caráter foi forjado no temor e na instrução do Senhor, graças a duas mulheres importantes.

Em “trazendo à memória a fé não fingida que em ti há”, o apóstolo recorda com alegria a fé de Timóteo, mas faz questão de associar essa fé à de sua avó Loide e de sua mãe Eunice, ressaltando que se trata de uma “fé não fingida”. Compreendemos, entre outras coisas, que essa (1) não é uma fé meramente intelectual; (2) não é uma fé representativa; (3) é uma fé de consequências, operosa e frutífera; (4) é uma fé reconhecida, digna de ser lembrada e elogiada; (5) é como uma lâmpada que não pode ser ocultada.

A fé em Cristo não é uma herança genética, mas um dom que emerge do conhecimento da Palavra de Deus e da iluminação da mente pelo Espírito Santo, daí a importância do ensino cristão no lar. Paulo, escrevendo aos Romanos, afirmou que “a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus”. Mas antes ele questionou: “Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue?” (Romanos 10:14,17). Podemos trazer o raciocínio do autor bíblico para o contexto do lar e afirmar que ‘a fé dos filhos vem pelo ouvir, e o ouvir pela Palavra de Deus’, mas ‘como nossos filhos crerão se não há quem lhes fale e lhes ensine?’. Portanto, as mães cristãs têm um papel crucial: apresentar aos filhos o conhecimento da Palavra que pode desencadear a fé salvadora em suas vidas. Elas não podem transmitir a fé como uma herança, mas podem transmitir o conhecimento que tem o poder de gerar a fé. Elas são como semeadores, lançando as sementes da Palavra de Deus no coração dos filhos.

Não há maior demonstração de amor pelos filhos do que criá-los no temor do Senhor, ensinando-lhes desde cedo as palavras que podem torná-los sábios para a salvação (Provérbios 22:6). Foi exatamente isso que fizeram Loide e Eunice, avó e mãe de Timóteo. E o apóstolo testemunha isso ao dizer: “E que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus.” (2 Timóteo 3:15). E esta é uma tarefa que não pode ser terceirizada; não pode ser delegada à Escola Bíblica Dominical (EBD) e à Igreja, embora o ambiente religioso seja de grande importância para o desenvolvimento espiritual das crianças. Mães que não ensinam a Bíblia aos filhos estão negligenciando o maior privilégio: de serem para eles também “mães espirituais”, ou seja, aquelas que podem ser apontadas como responsáveis por eles terem o conhecimento que leva à fé genuína.

O ensino deve vir acompanhado de intercessão. As mães fiéis são guerreiras de oração por seus filhos. Em 1 Samuel 1:27-28, Ana, uma mãe fiel, ora fervorosamente por um filho, e quando Deus atende à sua oração, ela dedica seu filho, Samuel, ao Senhor.

Mais do que ensinar verbalmente, através de seu exemplo de fé, amor e devoção a Deus, as mães fiéis são um farol de luz para seus filhos neste mundo tenebroso. Como está escrito em Provérbios 31:28: “Levantam-se seus filhos e chamam-na bem-aventurada; seu marido também, e ele a louva.”

O resultado do conhecimento transmitido por Lóide e Eunice a Timóteo é que ele se tornou um crente em Jesus e, mais do que isso, recebeu de Deus a vocação ministerial. Ainda jovem, tornou-se pastor e foi um grande cooperador do apóstolo Paulo. O legado que recebeu é maior do que qualquer bem ou herança. Os pais de hoje querem deixar para os filhos muitas coisas neste mundo, coisas passageiras, mas Lóide e Eunice deixaram um tesouro imaterial que resultou em um bem eterno: a salvação em Jesus.

Ao elogiar a fé de Timóteo, Paulo elogia também a fé de Lóide e Eunice. Avó e mãe são lembradas por sua fé genuína. E nós, pais e mães deste tempo, como seremos lembrados? Quais são as características que primeiro virão à memória daqueles que se recordarem de nós? Temos praticado a “fé não fingida” e honrado a Deus com o grande privilégio de sermos pais cristãos e impactado a vida de nossos filhos? Pensemos nisso!

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