O verbo se fez carne: A eternidade de Cristo e sua incursão no tempo | A Palavra

segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

O verbo se fez carne: A eternidade de Cristo e sua incursão no tempo

O Nascimento do Salvador: do princípio eterno à encarnação redentora e além

Jesus na manjedoura
Imagem gerada por IA
Pr. Cleber Montes Moreira

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens… “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós…” (João 1:1-4,14)

O Evangelho de João proporciona uma profunda reflexão sobre a natureza divina de Cristo e sua entrada única no tempo. No início do texto, somos transportados para um estado preexistente, antes mesmo da criação do universo e do próprio conceito de tempo. A expressão “No princípio” transcende nossa compreensão humana de começo, apontando para a existência atemporal, onde o Verbo existia em perfeita comunhão com Deus. João estabelece, assim, a divindade de Jesus, identificando-o como Deus desde o princípio: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (João 1:1).

Ao afirmar que o Verbo é o Criador de todas as coisas, o evangelista destaca não apenas a participação de Jesus na criação, mas também sua autoridade sobre o tempo. Ele não apenas participou da criação, mas também estabeleceu sua soberania sobre todas as dimensões da existência, incluindo o próprio conceito de passado, presente e futuro. Ele é desde o “princípio” (vs. 1,2), “o Alfa e o Ômega”, antes e depois de todas as coisas (João 8:58; Apocalipse 1:8,11; 21:6; 22:13).

A encarnação de Jesus é um evento único na história, marcando o momento em que o eterno Verbo entrou na ordem das coisas criadas — O Criador habitou com a criatura. O Filho de Deus, existente desde a eternidade, submete-se ao tempo e ao espaço através de seu nascimento humano. Esse acontecimento revela sua disposição não apenas de demonstrar boa vontade para com a humanidade, mas também de participar plenamente da condição humana, visando resgatar pecadores.

Durante sua vida terrena, Jesus viveu dentro dos limites do tempo. Ele nasceu, cresceu, tornou-se adulto e experimentou plenamente a temporalidade. Sua submissão às regras do tempo destaca sua identificação completa com a humanidade e as limitações temporais que enfrentamos: “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós” (João 1:14).

A vinda de Jesus na plenitude dos tempos, conforme mencionado em Gálatas 4:4, revela que Ele veio no momento designado por Deus. Sua encarnação, crescimento, sacrifício na cruz e ressurreição demonstram não apenas a entrada no tempo cronológico, mas também sua soberania sobre Ele. Jesus nasceu no tempo, viveu no tempo; Ele é o Senhor do tempo e de todas as coisas. Essa compreensão desafia-nos a contemplar a grandiosidade do Deus eterno, que escolheu habitar entre nós, sujeitando-se ao tempo para redimir a humanidade e revelar seu insondável amor. Nele está a vida; Ele é a vida e a luz dos homens (v. 4), não apenas no tempo presente, mas na eternidade que Ele nos oferece mediante a fé.

Aquele que, na plenitude dos tempos, entrou no tempo, fazendo-se homem, voltará no tempo determinado, em que não sabemos, para levar os que são seus para a eternidade, porque Ele prometeu: “…virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também” (João 14:3). Pense nisso!


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